(Ef 1,11-14; Sl 32[33]; Lc 12,1-7)
28ª Semana do Tempo Comum.
“Não há nada de
escondido que não venha a ser revelado, e não há nada de oculto que não venha a
ser conhecido” Lc 12,2.
“Atualmente, as novas
tecnologias permitem que as pessoas sejam ‘vigiadas’ quase o tempo todo,
tornando quase impossível se esconder. E a nossa realidade interior?
Conseguimos escondê-la como por vezes queremos? No texto acima Jesus responde
que não! Ao perceber que a multidão o esperava (cf. Lc 12,1-7), Jesus faz um
alerta particular aos discípulos: eles precisavam ter cuidado com o fermento
dos fariseus, que era hipocrisia (12,1). No Novo Testamento, de maneira
figurada, os escritores referem-se ao fermento para expressar uma influência
que corrompe (1Cor 5,6), como se fosse um poder secreto, quase sempre mau, que
se alastra e danifica as pessoas. Em outra ocasião, Jesus advertira que o fermento
dos fariseus era a doutrina (Mc 6,12); aqui, Jesus diz que é a hipocrisia.
Ambos são indissociáveis: o ensino equivocado pode levar a hipocrisia. Assim, a
atitude daqueles religiosos operava como um fermento, espalhando-se e
prejudicando as pessoas por meio de ensinamentos falsos. Entretanto, logo tal
realidade seria exposta, nada ficaria encoberto. Os falsos servos de Deus
seriam revelados como impostores e a hipocrisia se manteria oculta. A
hipocrisia se evidencia como a falta de coerência entre o discurso e a prática.
É como aparentar algo de piedade quando convém e, às escondidas, viver um
enredo diferente. Porém, ninguém mantém uma aparência sempre. Com o tempo, a
falsidade é descoberta, pois Deus traz à luz os mais profundos segredos. Para o
cristão, a vida deve ser um testemunho. De fato, é fácil criticar os fariseus e
os hipócritas; o difícil é cada um resistir à tentação de demonstrar uma
aparência de piedade à multidão quando nosso coração está distante da verdade
de Deus. Que Deus nos ajude na superação de nossas contradições! – Senhor,
que a nossa vida seja uma expressão da verdade e que consigamos vencer as
ilusões que nosso ego por vezes busca. Amém!” (Iracy Dourado
Hoffmann – Meditações para o dia a dia (2017) – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite