Quarta, 10 de outubro de 2018


(Gl 2,1-2.7-14; Sl 116[117] Lc 11,1-4) 
27ª Semana do Tempo Comum.

“Um dia, Jesus estava rezando num certo lugar. Quando terminou, um de seus discípulos pediu-lhe: ‘Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus discípulos’”. Lc 11,1.

“Não precisamos de uma descrição teológica exata de Deus para começar o diálogo da oração. Se fosse assim, nenhum de nós jamais começaria a rezar. Conhecer Deus é um processo de diálogo. Partimos de impressões errôneas, de ideais destorcidas, de medos infundados e preconceitos pessoais. Mas aos poucos, à medida que nos abrimos para Ele e Ele para nós, corrigimos as antigas impressões, compreendemos outras coisas, experienciamos novas facetas do Deus misterioso e terno que não pode se esquecer de nós, como a mãe não pode esquecer do filho em seu ventre. O fato de ter tido uma noção equivocada de Deus não significa que tenhamos conversado com Ele. Somente pela perseverança nesse tipo de oração é que chegaremos a estar cada vez menos equivocados a respeito dele, até o dia em que o conheceremos da mesma forma que somos conhecidos. O que eu mais precisava, ao chegar a esse momento de minha vida, era saber que Deus realmente queria estar próximo de mim, íntimo. Eu precisava livrar-me do conceito deísta de um Deus distante, desinteressado, inoperante em mim e em minhas faculdades humanas. Mas, acima de tudo, precisa ter algum acesso a esse tipo de oração. Precisava sentir o contato de Deus, experienciar seus pensamentos ampliando meu horizonte mental, sentir a firmeza do seu poder e de seus desejos em minha vontade, escutar sua voz e perceber sua luz na escuridão de minhas noites, sentir sua calma nos momentos de aflição. Só então, nesse labirinto em que busco a misericórdia desse Deus terno, presente e acessível, eu soube que Ele realmente queria que eu fosse seu e que Ele mesmo fosse parte do meu coração para sempre. Depois desse êxito, eu soube que Deus nunca mais me pareceria o mesmo e eu nunca mais seria o mesmo” (John Powell – As Estações do Coração – Loyola). 

 Pe. João Bosco Vieira Leite