(2Tm 4,10-17; Sl 144[145]; Lc 10,1-9)
São Lucas, Evangelista.
“Em qualquer casa em
que entrardes, dizei, primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ Se ali morar um
amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; se não, ela voltará a vós” Lc 10,5-6.
“São palavras que
Jesus disse aos setenta e dois, quando os enviou em missão. Deviam ir dois a
dois. E deviam partir desarmados e desprovidos, como cordeiros no meio de
lobos, sem levar bolsa, nem sandálias, nem sacola. Só deviam, isto sim, levar a
paz, para oferecer gratuitamente a quem quisesse recebe-la. O Evangelho de
Cristo não se impõem por força humana. Ele precisa ser transmitido pelo
testemunho de quem o vive, no respeito à liberdade de quem o recebe. Por isto,
a própria maneira como os discípulos deviam ir já fazia parte do Evangelho que
estavam levando. A única insistência do pregador é a paz, que pode ser
comunicada quando encontra a porta aberta, e que nunca é perdida por quem
transmite. O Evangelho não tem compromisso com metas estabelecidas, com planos
de conquista, com estratégias de convencimento. Ele permanece gratuito, na
integridade como Cristo o viveu e o transmitiu aos discípulos que se deixaram
por ele cativar. Mas o Evangelho não sairá nunca mais do coração de quem soube
experimentar a paz que ele comunica. Seu selo é a paz de espírito, de quem
descobriu o tesouro que não será roubado, de quem experimentou a certeza de ter
seu nome escrito no céu. De quem sente o olhar profundo do amor de Deus
pousando sobre ele. Quem fez esta descoberta sairá pelo mundo anunciando a
Boa-Nova. E não perderá nunca a paz que invadiu o seu coração. – Obrigado,
Senhor, pela paz profunda que vosso amor me garante. Que ela possa um dia ser
partilhada por todos. Amém”. (Luiz Demétrio Valentini e
Zeldite Burin – Graças a Deus (1995) – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite