Segunda, 22 de outubro de 2018


(Ef 2,1-10; Sl 99[100]; Lc 12,13-21) 
29ª Semana do Tempo Comum.

“E disse-lhes: ‘Atenção! Tomais cuidado contra todo tipo de ganância, porque mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida de um homem não consiste na abundância de bens” Lc 12,15.

“Dois irmãos procuraram Jesus para constituí-lo juiz da repartição da herança. Em sua resposta, Jesus faz questão de dizer que não tinha a incumbência, que infelizmente precisa existir na sociedade: julgar a razão dos que disputam entre si por causa dos bens a repartir. Não era esta a sua missão. Mas ele vai na raiz do problema: a ganância. E aproveita a oportunidade para então se dirigir a todos, como observa o evangelho. E faz questão de ressaltar que ‘qualquer tipo de ganância’ é perigosa. Indo mais a fundo, Jesus coloca a questão verdadeira que precisa sempre guiar nossos critérios: a vida humana. Ela não depende da quantidade de bens que possamos ter. A vida! Esta  realidade grande e profunda, a serviço da qual tudo precisa estar subordinado. Se os bens se colocam a serviço da vida, recebem valor e participam de sua dignidade. Se, ao contrário, se sobrepõem à vida, se tornam perversos e acabam arruinando a própria vida. Além do mais, a vida, tão preciosa, continua sendo tão frágil, que só pode estar garantida pelas mãos onipotentes de Deus. Só nele repousa nossa vida. E mesmo quando as circunstâncias trágicas podem estraçalhar nosso corpo, nossa vida continua segura nas mãos de Deus. A ganância, porém, entulha o coração com ambições que sufocam e abafam a vida. – Senhor, livrai-me da ganância que sufoca a vida. Abençoai os pobres que sabem partilhar. Amém (Luiz Demétrio Valentini e Zeldite Burin – Graças a Deus (1995) – Vozes). 

Pe. João Bosco Vieira Leite