(Ef 2,1-10; Sl 99[100]; Lc 12,13-21)
29ª Semana do Tempo Comum.
“E disse-lhes:
‘Atenção! Tomais cuidado contra todo tipo de ganância, porque mesmo que alguém
tenha muitas coisas, a vida de um homem não consiste na abundância de bens” Lc 12,15.
“Dois irmãos procuraram
Jesus para constituí-lo juiz da repartição da herança. Em sua resposta, Jesus faz
questão de dizer que não tinha a incumbência, que infelizmente precisa existir
na sociedade: julgar a razão dos que disputam entre si por causa dos bens a
repartir. Não era esta a sua missão. Mas ele vai na raiz do problema: a
ganância. E aproveita a oportunidade para então se dirigir a todos, como
observa o evangelho. E faz questão de ressaltar que ‘qualquer tipo de ganância’
é perigosa. Indo mais a fundo, Jesus coloca a questão verdadeira que precisa
sempre guiar nossos critérios: a vida humana. Ela não depende da quantidade de
bens que possamos ter. A vida! Esta realidade grande e profunda, a serviço da qual
tudo precisa estar subordinado. Se os bens se colocam a serviço da vida,
recebem valor e participam de sua dignidade. Se, ao contrário, se sobrepõem à
vida, se tornam perversos e acabam arruinando a própria vida. Além do mais, a
vida, tão preciosa, continua sendo tão frágil, que só pode estar garantida
pelas mãos onipotentes de Deus. Só nele repousa nossa vida. E mesmo quando as
circunstâncias trágicas podem estraçalhar nosso corpo, nossa vida continua
segura nas mãos de Deus. A ganância, porém, entulha o coração com ambições que
sufocam e abafam a vida. – Senhor, livrai-me da ganância que sufoca a
vida. Abençoai os pobres que sabem partilhar. Amém” (Luiz Demétrio
Valentini e Zeldite Burin – Graças a Deus (1995) –
Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite