(Gl 1,6-12; 110[111]; Lc 10,25-37)
27ª Semana do Tempo Comum.
“Mas um samaritano,
que estava viajando, chegou perto dele, viu e sentiu compaixão. Aproximou-se
dele e fez curativos, derramando óleo e vinho nas feridas” Lc 10,33-34a.
“No diálogo com um
doutor da lei sobre o que fazer para ter a vida eterna, Jesus afirma que a vida
consiste no amor a Deus e ao próximo. A parábola esclarece quem é o ‘próximo’.
O samaritano, excluído pelo judaísmo, é aquele que se faz próximo do sofredor,
resgatando-lhe a vida. Em contraste, o doutor da lei e o escriba passam
indiferentes. O gesto do samaritano é exemplar: ‘Vai tu é faze a mesma coisa’.
Jesus mostra como o amor deve ser concretizado na solidariedade e ajuda aos
mais carentes e necessitados. E este amor é eterno. Tudo passa, mas o amor
permanece para sempre. A parábola apresenta-nos alguns aspectos da
misericórdia, como Jesus a entendia. O samaritano põe-se a ajudar um judeu, sem
se importar com as rixas que sempre existiram entre os dois povos. Muda todos
os seus planos, ao deparar-se com alguém necessitado de sua assistência. O
assistido pelo samaritano é alguém espoliado, vítima da maldade humana, jogado
à beira do caminho, como algo sem valor. Essa atitude indica que a misericórdia
exige que deixemos de lado nossos programas e esquemas, ao nos depararmos com o
irmão carente. Isto mostra que a misericórdia deve dirigir-se aos pobres e
deserdados deste mundo. O samaritano faz todo o possível e ainda se oferece
para custear a hospedagem do seu assistido. Quando praticamos o bem, pensamos
que o fazemos pelo próximo, mas realmente também o fazemos por Cristo. Se cada
um, ao ver o próximo em necessidade, parasse e se compadecesse dele uma vez ao
dia ou à semana, a crise diminuiria e o mundo seria melhor. ‘Nada nos faz tão
semelhantes a Deus como as boas obras’ (Gregório de Nissa) – Pai, dá-me
um coração cheio de misericórdia, como o do teu Filho Jesus, pois só assim
terei certeza de estar em comunhão contigo, a caminho da vida eterna” (Luiz Demétrio
Valentini e Zeldite Burin – Graças a Deus (1995) –
Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite