Quarta, 03 de outubro de 2018


(Jó 9,1-12.14-16; Sl 87[88]; Lc 9,57-62) 
26ª Semana do Tempo Comum.

“Clamo a vós, ó Senhor, sem cessar, todo dia, minhas mãos para vós se levantam em prece. Para os mortos, acaso, faríeis milagres? Poderiam as sombras erguer-se e louvar-vos?”Sl 88,1.10b-11.

“Derek Kidner, em seu comentário sobre Salmos chama o salmo 88 de ‘a mais triste oração’ em todo o livro. É comum ler um salmo em que o escritor está com problemas ou dor e está clamando a Deus por ajuda e alívio. Há muitos salmos de dor. Mas todos os outros deixam (ou começam a deixar) o desespero e passam para uma resolução ou crescente fé ou, pelo menos, um sentimento de esperança quase no final do salmo. Não é o que ocorre com o salmo 88. Ele começa com ‘Deus me salva’, mas termina com ‘trevas’. Não deveríamos ficar incomodados por haver um salmo como este na Bíblia. Os problemas da vida nem sempre são resolvidos. Nem sempre temos um final feliz. A vida é cheia de problemas, mesmo para cristãos comprometidos e fiéis. O apóstolo Paulo foi muito realista sobre as dificuldades que podemos enfrentar. Ele disse que, em um momento de sua carreira, perdeu ‘a esperança da própria vida’ (2Coríntios 1,8) – e ele foi um grande líder dos cristãos. Muitos de nós nos encontramos em um poço de desânimo muito mais vezes do que estamos dispostos a admitir aos nossos amigos da igreja ou mesmo a Deus. – ‘Os cristãos pensam que, para ser cristã, uma composição tem de terminar bem e tem de explicitar uma clara lição ou moral. O salmo 88 é um lembrete de que a vida nem sempre é assim. Pode haver uma moral perfeitamente boa do ponto de vista de Deus; acredito que toda a vida tem um proposto divino. Mas isso não significa necessariamente que podemos vê-lo ou que ele se tornará claro para nós’ (James Boice)” (Douglas Connelly - Guia Fácil para entender Salmos - Thomas Nelson Brasil). 

Pe. João Bosco Vieira Leite