(Ef 4,32—5,8; Sl 01; Lc 13,10-17)
30ª Semana do Tempo Comum.
“O
Senhor lhe respondeu: ‘Hipócritas! Cada um de vós não solta do curral o boi ou
o jumento para dar-lhe de beber, mesmo que seja dia de sábado’?” Lc
13,15.
“O chefe da sinagoga ficou
encolerizado porque Jesus curou a mulher encurvada em dia de sábado. Mas não
teve a coragem de repreender Jesus. Dirigiu-se ao povo, pedindo que viesse se
curar durante a semana, e não aos sábados. Jesus enfrenta o chefe e assume a questão.
E vai logo desmascarando a hipocrisia que encobria o falso zelo religioso. Pois
se até o boi ou o jumento podiam ser soltos em dia de sábado para matarem a
sede, como é que uma pessoa humana não podia ser libertada do seu mal em dia de
sábado? Foi uma dura batalha que ele sustentou contra o legalismo religioso.
Bateu firme contra os preconceitos que tornavam a religião um peso para o povo,
impedindo-o de respirar com liberdade. Defendeu o direito dos discípulos de
colherem espigas para matarem sua fome em dia de sábado. Curou o homem de mão
aleijada, e provocou o debate do sentido do sábado antes de curar o hidrópico
na sinagoga. E sentenciou com clareza: ‘o sábado foi feito para o homem, e não
o homem para o sábado’. No mesmo sentido fulminou a estreiteza dos fariseus que
o viam comendo junto com os pecadores, desafiando-os a compreenderem o projeto
de Deus: ‘eu quero a misericórdia e não o sacrifício’. É decididamente a
serviço da vida e da dignidade das pessoas que se posiciona o Evangelho de Cristo.
Este é a verdadeira religião que agrada a Deus. ‘Eu vim para que todos tenham
vida e vida em abundância’. A partir desta convicção somos convidados a
repensar o sentido da nossa fé e de nossas práticas religiosas. – Senhor
Jesus, tua palavra e teu exemplo me libertam. Quero também me colocar com
firmeza e esperança a serviço da vida. Ajuda-me com a força do teu Espírito.
Amém” (Luiz Demétrio Valentini e Zeldite Burin – Graças
a Deus (1995) – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira
Leite