(1Jo 4,7-16; Sl 33[34]; Jo 11,19-27)
Santa Marta, discípula de Jesus.
Para celebrar a memória de Marta, a
liturgia traz textos específicos. No primeiro momento somos recordados da
dinâmica do amor fraterno como consequência desse amor a Deus. Como não
dizer que o amor de Marta ao próximo não esteja relacionado ao seu acolhimento
a Jesus? A hospitalidade nos fala das relações que estabelecemos com o outro. A
característica fundamental da hospitalidade é a acolhida e o reconhecimento do
hóspede por parte do anfitrião. Hóspede pode ser qualquer pessoa, reconhecê-la
como hóspede supõe dar um passo importante para o reconhecimento de todos os
seres humanos como hóspedes virtuais.
A censura de Jesus a Marta, mesmo
querendo acolher da melhor maneira possível, é porque esquece que toda caridade
ou hospitalidade devem ser consequência da escuta da Palavra. A hospitalidade
convencional tem seus limites, mas a hospitalidade profunda, recôndita, brota
da escuta da Palavra de Deus. Todos devemos alimentar a hospitalidade de uns
para com os outros, pois, como dizem as Escrituras judaico-cristãs, todos somos
hóspedes nesta terra e não temos aqui morada permanente.
O evangelho de hoje não conclui bem o
ocorrido, mas sabemos que Marta aprendeu a lição. No evangelho de João é ela
que sai ao encontro de Jesus quando da morte do irmão. Entre eles trava-se um
diálogo preciosíssimo onde se revela que ela compreendeu verdadeiramente o seu
mistério. Compreendamos também nós os apelos que a Palavra de Deus nos faz
sobre o verdadeiramente necessário.
Pe. João Bosco Vieira Leite