Sábado, 16 de julho de 2016

(Zc 2,14-17; Sl Lc 1; Mt 12,46-50) 
Nossa Senhora do Carmo.

A Igreja celebra hoje a festa do Carmelo, essa particular elevação geográfica que remonta ao tempo do Profeta Elias e que depois viria ser, no século XIII, a morada de um grupo de eremitas que ao redor de uma igreja dedicada a Nossa Senhora, se organizaram como “irmãos da ordem de santa Maria do monte Carmelo”. “Nesse contexto claramente mariano (os ‘irmãos’ se consideravam parte da família de Maria), consegue-se captar o significado profundo encerrado em lendas e relatos caros à tradição carmelita. Lembremos a célebre interpretação mariana dada à nuvenzinha que anunciou a Elias a dádiva da chuva (cf. 1Rs 18,44): a nuvem é figura de Maria, aurora da redenção trazida por Cristo. Naturalmente a Mãe de Deus, escolhida como modelo a quem imitar e padroeira a quem obedecer pessoal e comunitariamente, encontra-se no centro da experiência espiritual dos ‘irmãos do Carmelo’ (e de todos os que em seguida participarão de sua espiritualidade: religiosas, confrarias, terciários), experiência centrada na guarda contemplativa da Palavra evangélica que os torna bem-aventurados” (Maria na Igreja em oração – Corrado Maggioni – Paulus).  Assim podemos compreender que a palavra de Jesus no evangelho de hoje tem a intenção de estender esse vínculo que une Mãe e Filho a todos os seus discípulos, pois os laços provenientes da escuta da Palavra são mais fortes que os de sangue. 


Pe. João Bosco Vieira Leite