(Zc 2,14-17; Sl Lc 1; Mt 12,46-50)
Nossa Senhora do Carmo.
A Igreja celebra hoje a festa do
Carmelo, essa particular elevação geográfica que remonta ao tempo do Profeta
Elias e que depois viria ser, no século XIII, a morada de um grupo de eremitas
que ao redor de uma igreja dedicada a Nossa Senhora, se organizaram como
“irmãos da ordem de santa Maria do monte Carmelo”. “Nesse contexto claramente mariano
(os ‘irmãos’ se consideravam parte da família de Maria), consegue-se captar o
significado profundo encerrado em lendas e relatos caros à tradição carmelita.
Lembremos a célebre interpretação mariana dada à nuvenzinha que anunciou a
Elias a dádiva da chuva (cf. 1Rs 18,44): a nuvem é figura de Maria, aurora da
redenção trazida por Cristo. Naturalmente a Mãe de Deus, escolhida como modelo
a quem imitar e padroeira a quem obedecer pessoal e comunitariamente,
encontra-se no centro da experiência espiritual dos ‘irmãos do Carmelo’ (e de
todos os que em seguida participarão de sua espiritualidade: religiosas,
confrarias, terciários), experiência centrada na guarda contemplativa da
Palavra evangélica que os torna bem-aventurados” (Maria na Igreja em oração – Corrado
Maggioni – Paulus). Assim podemos compreender que a palavra de Jesus no
evangelho de hoje tem a intenção de estender esse vínculo que une Mãe e Filho a
todos os seus discípulos, pois os laços provenientes da escuta da Palavra são
mais fortes que os de sangue.
Pe. João Bosco Vieira Leite