(2Cor 4,7-15; Sl 125[126]; Mt 20,20-28)
São Tiago Maior.
Nessa festa do apóstolo Tiago a
liturgia nos oferece como ponto de partida essa reflexão do Apóstolo Paulo que
reconhece a própria fragilidade e nessa repousa o poder extraordinário de Deus:
“pela graça de Deus eu sou quem sou”. Certamente a liturgia pensa na missão
evangelizadora de Tiago, chamado com seu irmão João a deixar a barca, o pai e
segui-lo, pensa nas dificuldades que se fizeram sentir, na comunhão com os
sofrimentos de Cristo, mas pensa naqueles por quem e para quem Deus os enviou.
O evangelho nos recorda quando sua mãe intercede junto a Cristo pelos filhos
sem se dar conta exatamente do que estava pedindo. “De Tiago, portanto, podemos
apreender muitas coisas: a sua prontidão de receber o chamado do Senhor,
inclusive quando nos pede para abandonar o ‘barco’ de nossas inseguranças
humanas; o entusiasmo em segui-lo pelos caminhos que Ele nos indica para além
de nossa ilusória presunção; a disponibilidade para ser sua testemunha com
valentia, se necessário até o sacrifício supremo da vida. Assim, Tiago maior
constitui para nós um exemplo eloquente de generosa adesão a Cristo. Ele, que
no início havia pedido, por meio de sua mãe, sentar-se com seu irmão junto ao
Mestre em seu reino, foi o primeiro que bebeu o cálice da paixão, que
compartilhou com os apóstolos o martírio. E, por último, podemos concluir que o
caminho, não só exterior, mas especialmente interior, do monte da
transfiguração até o monte da agonia, simboliza toda a peregrinação da vida
cristã, entre as perseguições do mundo e as consolações de Deus, como diz o
Concílio Vaticano II. Seguindo Jesus como Tiago, sabemos que, mesmo nas
dificuldades, estamos no caminho correto” (Bento XVI – Os Apóstolos e
os primeiros discípulos de Cristo – Planeta).
Pe. João Bosco Vieira Leite