(Is 6,1-8; Sl 92[93]; Mt 10,24-33)
Santa Paulina de Jesus, religiosa e
Virgem.
Na 1ª leitura semanal de hoje até a
próxima sexta teremos alguns trechos da primeira parte do livro do profeta
Isaias (caps. 1-39). Nosso profeta é contemporâneo de Amós e Oséias e
desempenhou seu ministério entre os anos 740 e 701 a.C. O tema que perpassa a
sua pregação é o da fé enquanto resposta do homem ao Deus que age na história.
Esta consiste em permanecer na calma e na fidelidade perante as ameaças
adversas da vida, dirigindo com confiança o seu coração para Deus que é o nosso
salvador. Diferentemente de outras narrativas, a vocação do profeta não vem
descrita logo ao início, mas sim no capítulo seis. No templo, ele tem uma visão
clara da transcendência e da absoluta majestade de Deus, daí a expressão:
‘santo, santo, santo’, isto é Santíssimo. A reação do profeta é a do ser humano
no reconhecimento do abismo de pecado que o separa do Senhor. Mas Deus suprime
tal abismo, purificando os seus lábios para que possa responder positivamente
ao chamado divino.
Jesus reforça a ideia de identificação
do discípulo com o mestre, a quem também desconheceram e disseram o que não era
verdade e recomenda também tolher do coração esse medo que lhes atrapalha.
“Está aí o motivo da falta de medo: ter conhecimento do que há de secreto
dentro de nós. Se não tivermos medo dos pensamentos secretos e das paixões
dentro de nosso coração, os homens tampouco conseguirão amedrontar-nos quando
procurarem descobrir os segredos de nosso coração. Se mostrar a Deus o que há
de encoberto em nós, cheio de confiança de que a sua luz desvelará o encoberto
e iluminará o que há de escuro, conseguiremos viver sem medo. Deus que conhece
todos os abismos de nossa alma, é a verdadeira libertação do medo humano”
(Anselm Grun, “Jesus mestre da salvação”).
Pe. João Bosco Vieira Leite