Sábado, 9 de julho de 2016

(Is 6,1-8; Sl 92[93]; Mt 10,24-33) 
Santa Paulina de Jesus, religiosa e Virgem.

Na 1ª leitura semanal de hoje até a próxima sexta teremos alguns trechos da primeira parte do livro do profeta Isaias (caps. 1-39). Nosso profeta é contemporâneo de Amós e Oséias e desempenhou seu ministério entre os anos 740 e 701 a.C. O tema que perpassa a sua pregação é o da fé enquanto resposta do homem ao Deus que age na história. Esta consiste em permanecer na calma e na fidelidade perante as ameaças adversas da vida, dirigindo com confiança o seu coração para Deus que é o nosso salvador. Diferentemente de outras narrativas, a vocação do profeta não vem descrita logo ao início, mas sim no capítulo seis. No templo, ele tem uma visão clara da transcendência e da absoluta majestade de Deus, daí a expressão: ‘santo, santo, santo’, isto é Santíssimo. A reação do profeta é a do ser humano no reconhecimento do abismo de pecado que o separa do Senhor. Mas Deus suprime tal abismo, purificando os seus lábios para que possa responder positivamente ao chamado divino.

Jesus reforça a ideia de identificação do discípulo com o mestre, a quem também desconheceram e disseram o que não era verdade e recomenda também tolher do coração esse medo que lhes atrapalha. “Está aí o motivo da falta de medo: ter conhecimento do que há de secreto dentro de nós. Se não tivermos medo dos pensamentos secretos e das paixões dentro de nosso coração, os homens tampouco conseguirão amedrontar-nos quando procurarem descobrir os segredos de nosso coração. Se mostrar a Deus o que há de encoberto em nós, cheio de confiança de que a sua luz desvelará o encoberto e iluminará o que há de escuro, conseguiremos viver sem medo. Deus que conhece todos os abismos de nossa alma, é a verdadeira libertação do medo humano” (Anselm Grun, “Jesus mestre da salvação”).


Pe. João Bosco Vieira Leite