Sábado, 30 de julho de 2016

(Jr 26,11-16.24; Sl 68[69]; Mt 14,1-12) 
17ª Semana do Tempo Comum.

Com a memória de Marta ontem, não acompanhamos o discurso que Jeremias faz no Templo desencadeando uma dura reação tanto do povo como dos chefes e assim move-se um processo contra o profeta que virá com uma sentença de morte. Jeremias se defende e escapa de tal sentença. Aquele que o chamou a essa missão se mostra fiel para com o seu profeta na Palavra empenhada. Tal qual João Batista no evangelho, só lhe resta a fé em Deus.

Mateus documenta a triste morte de João, o Batista, por mão de Herodes. A narrativa tem a intenção de ligar o futuro martírio de Jesus com o destino de João. “Herodes e João Batista, como mais tarde Pilatos e Jesus (cf. Jo 18-19), mostram-no com absoluta evidência o dramático confronto entre poder e verdade, que infelizmente continua tragicamente a repetir-se na História, ceifando sem parar vidas inocentes. Mas o que acontece nas altas esferas da sociedade e que facilmente deploramos não tem uma origem diversa do que acontece na vida ordinária, todas as vezes que procuramos, com o poder da nossa autodeterminação, ‘matar’ a verdade invocada pela nossa consciência, ou quando tentamos fazer inclinar a verdade e a liberdade das pessoas para os nossos interesses, ou quando assistimos impassíveis às injustiças que se perpetuam mesmo ao nosso lado, para que não percamos a nossa vida tranquila. O Evangelho de Jesus recorda-nos que o poder nos torna escravos da opinião comum, condena quem o possui a viver no medo de o perder (cf. Mt 14,4.9), aprisiona quem não consegue obtê-lo, ao passo que a verdade é um dom de Deus que alegra o coração e liberta quem a acolhe como critério de vida  (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado – Paulus).


Pe. João Bosco Vieira Leite