(Os 11,1-4.8-9; Sl 79[80]; Mt 10,7-15)
14ª Semana do Tempo Comum.
As duras palavras do profeta se
revestem agora de um poema de amor paterno de Deus, com traços maternais e viva
memória da libertação do Egito e de outros momentos da história de Israel com o
seu Deus. Aqui se reflete os mesmos sentimentos da imagem das núpcias já
apresentadas pelo profeta. Quando tudo parece perdido pela resistência do ser
humano, o amor invencível de Deus salva tudo. Esse amor não se confunde com o
amor humano, ainda que o inspire.
O anúncio do Reino é o primeiro
elemento que os discípulos devem ter presente, o que não é uma questão tanto de
palavras, mas de ação concreta em favor da humanidade. Certamente Jesus vê o
nosso agir no esforço dos meios que restabelecem a saúde, mas importa mesmo a
mensagem e o tratamento que lhe prestamos na aceitação das limitações e na
abertura a Deus. Segue-se uma série de orientações práticas e ao mesmo tempo
simbólicas que não nos permite tomar o texto ao pé da letra, como fez Francisco
de Assis, mas a dinâmica da paz ele bem o compreendeu e praticou: “Com nossa
mensagem queremos anunciar a paz, levando a paz para dentro da casa das
pessoas. Não queremos exigir demais dos seres humanos, queremos tão somente
mostrar o caminho da paz àqueles que se atormentam a si mesmos, que vivem em
discórdia consigo próprios e com o seu meio. Mas quando as pessoas não querem
essa paz, não devemos atormentar-nos, atribuindo toda culpa a nós mesmos.
Devemos deixa-las. ‘E volta a vós a vossa paz’ (10,13). Não levaremos conosco a
decepção, e sim a paz interior. Respeitamos a liberdade das pessoas e
reconhecemos também nossos próprios limites que experimentamos durante o
anúncio da Boa Nova” (Anselm Grun, “Jesus mestre da salvação”).
Pe. João Bosco Vieira Leite