Quinta, 7 de julho de 2016

 (Os 11,1-4.8-9; Sl 79[80]; Mt 10,7-15) 
14ª Semana do Tempo Comum.

As duras palavras do profeta se revestem agora de um poema de amor paterno de Deus, com traços maternais e viva memória da libertação do Egito e de outros momentos da história de Israel com o seu Deus. Aqui se reflete os mesmos sentimentos da imagem das núpcias já apresentadas pelo profeta. Quando tudo parece perdido pela resistência do ser humano, o amor invencível de Deus salva tudo. Esse amor não se confunde com o amor humano, ainda que o inspire.

O anúncio do Reino é o primeiro elemento que os discípulos devem ter presente, o que não é uma questão tanto de palavras, mas de ação concreta em favor da humanidade. Certamente Jesus vê o nosso agir no esforço dos meios que restabelecem a saúde, mas importa mesmo a mensagem e o tratamento que lhe prestamos na aceitação das limitações e na abertura a Deus. Segue-se uma série de orientações práticas e ao mesmo tempo simbólicas que não nos permite tomar o texto ao pé da letra, como fez Francisco de Assis, mas a dinâmica da paz ele bem o compreendeu e praticou: “Com nossa mensagem queremos anunciar a paz, levando a paz para dentro da casa das pessoas. Não queremos exigir demais dos seres humanos, queremos tão somente mostrar o caminho da paz àqueles que se atormentam a si mesmos, que vivem em discórdia consigo próprios e com o seu meio. Mas quando as pessoas não querem essa paz, não devemos atormentar-nos, atribuindo toda culpa a nós mesmos. Devemos deixa-las. ‘E volta a vós a vossa paz’ (10,13). Não levaremos conosco a decepção, e sim a paz interior. Respeitamos a liberdade das pessoas e reconhecemos também nossos próprios limites que experimentamos durante o anúncio da Boa Nova” (Anselm Grun, “Jesus mestre da salvação”).

Pe. João Bosco Vieira Leite