(Mq 7,14-15.18-20; Sl 84[85]; Mt 12,46-50)
16ª Semana do Tempo Comum.
As últimas palavras de Miqueias
aparecem num tom de súplica e de louvor dirigidas a Deus. Ele reza em nome de
seu povo, ao tempo que se identifica com ele. Deus é compreendido como pastor e
também a partir de Sua extraordinária e única capacidade de perdoar. O perdão é
o prodígio maior por ser capaz de extirpar o mal do coração do homem.
Domingos atrás nós iniciamos a leitura
do evangelho de Lucas sobrea decisão de Jesus em subir para Jerusalém, vimos um
caminho de seguimento delineado por Jesus e o modo radical que respondeu aos
que queriam segui-lo. Tudo isso denunciava um pequeno entrave entre a opção
feita e a família, base particular de identidade na comunidade judaica. No
evangelho de hoje Jesus deixa transparecer a dificuldade que teve com seus familiares,
identificando a nova família a partir da sua comunidade de discípulos.
Comumente dizemos que ele não desprezava seus parentes, pode até ser, mas ele
teve que se afastar de seu núcleo familiar para encontrar e revelar a nova
família que se formava a partir dessa identidade de buscar, tal qual Jesus,
fazer a vontade de Deus. Uma família em que ele buscava cultivar os laços da
aproximação e de uma nova maneira de ser e de conviver. Nossas comunidades
cristãs devem refletir a superação de toda forma de isolamento e separação que
vai se acentuando em nossa sociedade, que fazem crescer o medo, a revolta e o
estranhamento.
Pe. João Bosco Vieira Leite