Terça, 19 de julho de 2016

(Mq 7,14-15.18-20; Sl 84[85]; Mt 12,46-50) 
16ª Semana do Tempo Comum.

As últimas palavras de Miqueias aparecem num tom de súplica e de louvor dirigidas a Deus. Ele reza em nome de seu povo, ao tempo que se identifica com ele. Deus é compreendido como pastor e também a partir de Sua extraordinária e única capacidade de perdoar. O perdão é o prodígio maior por ser capaz de extirpar o mal do coração do homem.

Domingos atrás nós iniciamos a leitura do evangelho de Lucas sobrea decisão de Jesus em subir para Jerusalém, vimos um caminho de seguimento delineado por Jesus e o modo radical que respondeu aos que queriam segui-lo. Tudo isso denunciava um pequeno entrave entre a opção feita e a família, base particular de identidade na comunidade judaica. No evangelho de hoje Jesus deixa transparecer a dificuldade que teve com seus familiares, identificando a nova família a partir da sua comunidade de discípulos. Comumente dizemos que ele não desprezava seus parentes, pode até ser, mas ele teve que se afastar de seu núcleo familiar para encontrar e revelar a nova família que se formava a partir dessa identidade de buscar, tal qual Jesus, fazer a vontade de Deus. Uma família em que ele buscava cultivar os laços da aproximação e de uma nova maneira de ser e de conviver. Nossas comunidades cristãs devem refletir a superação de toda forma de isolamento e separação que vai se acentuando em nossa sociedade, que fazem crescer o medo, a revolta e o estranhamento.


Pe. João Bosco Vieira Leite