Quinta, 21 de novembro de 2024

(Zc 2,14-17; Sl Lc 01; Mt 12,46-50) Apresentação da Bem-aventurada Virgem Maria.

“Alguém disse a Jesus: ‘Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora e querem falar contigo’” Mt 12,47.

“A festa de hoje nos leva a refletir sobre o dom de nosso ser a Deus que devemos fazer por causa do nosso batismo. Amar e, portanto, servir a Deus com todas as forças é um empenho de que nenhum batizado pode se eximir, se não quiser tornar vã a graça recebida. Todavia, criaturas há chamadas a se darem a Deus de modo mais exclusivo e direto ‘para poder recolher mais copioso o fruto da graça batismal’ e ‘serem por novo e especial título destinada ao serviço e à honra de Deus’ (LG 44). São os vocacionados ao estado religioso, ou à consagração a Deus no mundo, e sob certo aspecto também os chamados ao sacerdócio. Para todos esses adquire o exemplo de Maria importância toda particular. Convida-os Nossa Senhora a seguirem-na pelo caminho de total generosidade, de entrega, de consagração virginal ‘a Deus sumamente amado’ (ibidem).  A resposta A vocação exige, como ponto de partida o desapego de si e de tantas coisas caras. Muitas vezes é necessário deixar parentes e amigos, casa e pátria, hábitos e comodidades. Passo muito árduo, mas não é tudo. Mais ainda que o desapego material, é necessário o do coração. Desapego, sim, dos outros, mas sobretudo de si mesmo. Desapego da própria vontade, dos interesses próprios, para se entregar plenamente a Deus, disponível a seus quereres, ao serviço e ao serviço do próximo. Sem tal desapego, é impossível o dom total de si. Quem se pertence, é apegado a si e às próprias coisas, incapaz de se abandonar, de se dar totalmente. A oferta de si mesmo será parcial, submetida a interesses pessoais e, portanto, sempre exposta à infidelidade, a naufragar na mediocridade, a retomar aquele pouco que deu. A Virgem Imaculada não necessitou de esforço e de luta para dar-se totalmente a Deus. Nós, ao contrário, devemos lutar contra as resistências do egoísmo e de todas as outras paixões. É bom sabe-lo, para não nos iludirmos pensando ser suficiente dar-nos a Deus uma vez por todas. Há de ser nosso dom, vivido hora por hora e com generosidade sempre crescente. Se isto requer contínuo domínio de nós mesmos, não estamos sozinhos no combate. Maria está sempre pronta sustenta-nos. Ela que encontrou graça junto do Altíssimo, serve-se de tal privilégio para obter graças aos que a invocam” (Gabriel de Sta. Maria Madalena, OCD – Intimidade Divina – Loyola)

 Pe. João Bosco Vieira Leite