(Fm 7-10; Sl 145[146]; Lc 17,20-25) 32ª Semana do Tempo Comum.
“... já não como escravo, mas, muito
mais do que isso, como um irmão querido, muitíssimo querido para mim quanto
mais ele for para ti, tanto como pessoa humana quanto como irmão no Senhor” Fm 16
“A
Carta a Filemon, juntamente com as Cartas aos Filipenses, aos Colossenses e aos
Efésios, pertence ao grupo de escritos do epistolário paulino chamados ‘Cartas
da prisão’. De fato, também a Carta a Filemon foi escrita por Paulo, enquanto
se encontrava na prisão (cf. vv. 9,10,13), porventura em Roma, ou, segundo
alguns, em Éfeso, pelos anos 56-57 d.C. Distingue-se, porém, das outras porque
é endereçada a uma pessoa particular, Filemon, definido pelo Apóstolo no começo
da Carta, como seu ‘colaborador’. Pela sua brevidade e pelo tom familiar e
confidencial, mais que uma epístola, a Carta a Filemon é um bilhete de
acompanhamento de um pedido, que Paulo diz ter escrito pessoalmente (v.19). É
escrito segundo o estilo próprio da epistolografia grega, com um prólogo (vv.
1-7), um corpo central (vv. 8-20), e um epílogo (vv. 21-25). Na qual é a parte
central do bilhete, Paulo dirige a Filemon um pedido seu em favor do escravo
Onésimo. [Compreender a Palavra:] Pelas notícias fornecidas pela Carta podemos
reconstruir a história deste modo: Paulo, durante a sua prisão acolheu Onésimo,
escravo de Filemon, já convertido ao Evangelho. Durante a sua estada junto a
Paulo, também Onésimo se converteu tornando-se, diz o autor da Carta, ‘meu
filho que eu gerei na prisão’ (v. 10). Paulo decide, no entanto, reenviar
Onésimo ao seu dono, mas com este bilhete, onde lhe pede que o receba ‘como
irmão muito querido, também aos olhos do Senhor’ (v. 16). O pedido está de
acordo com o pensamento do Apóstolo, expresso quer em Gl 3,28 segundo o qual,
em Cristo, não há judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher;
quer em 1Cor 7,20-24, onde os escravos cristãos são chamados a viver a
liberdade cristã, embora na sua condição. Para Paulo, a pertença a Cristo
estabelece, no interior da comunidade, relações de fraternidade autêntica,
independentemente da categoria social a que pertença” (Giuseppe Casarin – Lecionário
Comentado [Tempo Comum – Vol. 2] – Paulus).
Pe.
João Bosco Vieira Leite