(Ap 1,4-12; Sl 143[144]; Lc 20,27-40) 33ª Semana do Tempo Comum.
“Deus não é Deus dos mortos, mas dos
vivos, pois todos vivem para ele” Lc
20,38.
“O
tema da ressurreição opunha os fariseus aos saduceus. Os primeiros afirmavam
que haveria ressurreição, enquanto que os outros a negavam. Quando os saduceus
interrogaram Jesus a respeito desta questão, tinham em mente colocá-lo em
apuros, além de ridicularizar o partido rival. Por isso, bolaram uma situação
grotesca, partindo da Lei do levirato que obrigava o irmão a desposar a cunhada
viúva, caso não tivesse gerado filhos com seu marido. Jesus não caiu na
armadilha dos saduceus. O fato aludido comportava duas sérias lacunas. A
primeira consistia em imaginar que a vida eterna seria uma continuação pura e
simples da vida terrena, de forma que, na ressurreição, persistiriam as
encrencas da vida presente. A vida eterna, na verdade, consiste na participação
da vida divina, longe da ameaça da morte. Aí, os esquemas terrenos não têm
validade. O segundo pressuposto falso consistia em considerar Deus como Senhor
dos mortos e não como Senhor dos vivos. Na verdade, para ele, todos estão vivos,
até mesmo os patriarcas do povo. Ele se mantém em comunhão com os justos, mesmo
além da morte, quando são estabelecidos relacionamentos duradouros, numa
explosão de vida, sem a menor influência da morte. Por conseguinte, a
ressurreição deve ser pensada a partir do amor misericordioso de Deus, que
partilha vida abundante com a humanidade, e não a partir dos esquemas
mesquinhos do pecado e da morte. – Senhor Jesus, ilumina minha mente e
meu coração, para que eu possa compreender a ressurreição como manifestação do
amor misericordioso do Pai pela humanidade” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O
Evangelho nosso de Cada Dia [Ano B] - Paulinas).
Pe.
João Bosco Vieira Leite