(2Jo 5-8; Sl 11[112]; Lc 18,1-8) 32ª Semana do Tempo Comum.
“Jesus contou os discípulos uma
parábola, para mostrar-lhes a necessidade de rezar sempre
e nunca desistir...” Lc 18,1.
“Esta
oração se faz quando, tendo rezado o ofício das Horas, recolhe-se da oração e
da leitura espiritual o fruto de alguma verdade ou sentença, que se medita, se
conserva no coração, traz-se na memória espontaneamente, de instante a
instante, mantendo-se a alma o mais possível em uma dependência absoluta de
Deus, expondo à sua divina Majestade as necessidades de que padece, isto é:
colocando-se diante dele sem lhe falar nada. Então, à maneira da terra seca e
rachada que dá a entender que pede a chuva, expondo ao céu sua secura e aridez,
assim também a alma expõe suas necessidades a Deus. É preciso orar sempre e
orar sem desfalecer; a oração é a resposta adequada ao dom gratuito da graça e
o meio para participar do Reino. Aquele que reza com humildade recebe como
presente uma justiça que ninguém pode merecer. Ao juiz ímpio da parábola,
exposta por Jesus, que atua não por amor à justiça, não movido por sentimento
de caridade, mas somente por comodidade e egoísmo, para livrar-se da
importunação da viúva, que persistia na apresentação de sua queixa,
contrapõe-se a atitude de Deus, que escuta as súplicas dos homens por amor a
eles. Daí a argumentação de Jesus: se, por egoísmo, os homens fazem justiça e
ainda concedem favores, muito mais Deus fará justiça e atenderá favoravelmente
a nossos pedidos. Poucas recomendações são tão insistentemente repetidas como a
necessidade de oração. ‘Orai sem cessar’, exorta-nos São Paulo, em
1Tessalonicenses 5,17. Esse breve conselho de orar constantemente teve imensa
influência na espiritualidade cristã. ‘Sede (...) perseverantes na oração’
(Romanos 12,12). ‘Intensificai as vossas invocações e súplicas. Orai em todas
as circunstâncias pelo Espírito, no qual perseverai em intensas vigílias de
súplica por todos os cristãos’ (Efésios 6,18). E o próprio Lucas, no seu
Evangelho, recorda-nos as palavras claras e insinuantes de Jesus, quando nos
adverte: ‘Vigiais, pois, em todo tempo, e orai a fim de que vos torneis dignos
de escapar de todos estes males que há de acontecer, e de vos apresentar de pé
diante do Filho do Homem’ (Lucas 21,36)” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para
cada dia do ano – Ave-Maria).
Pe.
João Bosco Vieira Leite