(Ap 3,1-6.14-22; Sl 14[15]; Lc 10,1-10) 33ª Semana do Tempo Comum.
“Zaqueu procurava ver
quem era Jesus, mas não conseguia por causa da multidão, pois era muito baixo” Lc 19,2.
“Lucas não seria um
narrador se se contentasse em citar apenas as palavras de Jesus, exortando à
conversão. Ele nos narra uma história maravilhosa sobre a conversão de um
homem, Zaqueu, chefe dos coletores de impostos (Lc 19,1-10). Zaqueu era muito
rico, mas de baixa estatura. Pode-se dizer talvez: exatamente por ser baixinho,
e se sentir pequeno, ele tentava compensar seus sentimentos de inferioridade
ganhando o máximo possível de dinheiro. Para isso ele espremia o povo, como
faziam os publicanos da época, que arrendavam dos romanos uma alfândega, a
qual, então, exploravam em seu próprio proveito. A riqueza devia ajudar o
próprio Zaqueu a se sentir valorizado. Mas ele não conseguia. Quanto mais
dinheiro ele ajuntava, mais os judeus o rejeitavam. É o círculo vicioso em que
se encontram muitas pessoas com sentimentos de inferioridade. Quanto mais
querem se destacar, para finalmente serem reconhecidas, tanto mais ficam
isoladas e são rejeitadas. Zaqueu era chefe dos publicanos. Era só rebaixando
os outros que ele podia acreditar na sua própria grandeza. Ele tinha que se
colocar acima dos outros, porque ao lado dos outros ele se sentia pequeno
demais. Mas o seu próprio esforço não conseguia tirá-lo do círculo vicioso da
solidão e da rejeição. Ele estava precisando do encontro com Jesus, para poder
viver de outra maneira, para mudar de rumo” (Anselm Grüm – Jesus,
modelo do ser humano – Loyola).
Pe. João Bosco Vieira Leite