Terça, 15 de novembro de 2022

 (Ap 3,1-6.14-22; Sl 14[15]; Lc 10,1-10) 33ª Semana do Tempo Comum.

“Zaqueu procurava ver quem era Jesus, mas não conseguia por causa da multidão, pois era muito baixo” Lc 19,2.

“Lucas não seria um narrador se se contentasse em citar apenas as palavras de Jesus, exortando à conversão. Ele nos narra uma história maravilhosa sobre a conversão de um homem, Zaqueu, chefe dos coletores de impostos (Lc 19,1-10). Zaqueu era muito rico, mas de baixa estatura. Pode-se dizer talvez: exatamente por ser baixinho, e se sentir pequeno, ele tentava compensar seus sentimentos de inferioridade ganhando o máximo possível de dinheiro. Para isso ele espremia o povo, como faziam os publicanos da época, que arrendavam dos romanos uma alfândega, a qual, então, exploravam em seu próprio proveito. A riqueza devia ajudar o próprio Zaqueu a se sentir valorizado. Mas ele não conseguia. Quanto mais dinheiro ele ajuntava, mais os judeus o rejeitavam. É o círculo vicioso em que se encontram muitas pessoas com sentimentos de inferioridade. Quanto mais querem se destacar, para finalmente serem reconhecidas, tanto mais ficam isoladas e são rejeitadas. Zaqueu era chefe dos publicanos. Era só rebaixando os outros que ele podia acreditar na sua própria grandeza. Ele tinha que se colocar acima dos outros, porque ao lado dos outros ele se sentia pequeno demais. Mas o seu próprio esforço não conseguia tirá-lo do círculo vicioso da solidão e da rejeição. Ele estava precisando do encontro com Jesus, para poder viver de outra maneira, para mudar de rumo” (Anselm Grüm – Jesus, modelo do ser humano – Loyola).  

Pe. João Bosco Vieira Leite