(Ap 5,1-10; Sl 149; Lc 19,41-44)
33ª Semana do Tempo Comum.
“Se tu também
compreendesses hoje o que te pode trazer a paz! Agora, porém, isso está
escondido aos teus olhos!” Lc 19,42.
“Jerusalém é a figura
de uma alma entregue ao pecado. Aproximando-se das portas da cidade e
contemplando-lhe não só a imponência exterior, mas também o interior cheio de
injustiças e imoralidades, Jesus fala-lhe amargamente e pronuncia aquela
profecia sobre a destruição da cidade. Contudo, agora, mais que meditar nos
males que recaíram sobre a pecadora e infiel cidade, convida-nos o evangelho a
que pensemos um pouco nas desventuras que sobrevêm à alma infiel, que pelo
pecado fica não só feia, mas totalmente arruinada; nada nela fica dos dons da
graça que o Senhor tinha derramado, nada das virtudes, nada dos dons do
Espírito Santo; estão ausentes dela Deus, seu temor e sua graça, sua bondade e
seu amor. A obra do Espírito, na alma cristã, é sempre construtiva e positiva.
O Espírito Santo começa purificando a lama de todos os defeitos, dos pecados
passados e seus resquícios e, tendo sido concluída essa primeira e
imprescindível etapa de purificação, começa o Espírito a erguer o edifício das virtudes
positivas, até poder desenvolver nessas almas a obra do amor. E quando, no
cristão, a virtude teologal da caridade, ou o amor, chega a transformar-se em
raiz e explicação de toda a vida, quando tudo se faz não só com amor, quando se
busca não só ter ou sentir o amor, mas vive-lo e vive-lo em tudo e em todos,
então a paz inunda nosso interior e ali na intimidade mais profunda do nosso
ser escutamos a voz de nosso Pai que nos diz estar contente conosco, que se
compraz em nós e em nossa vida. É essa a ‘mensagem de paz’ que o evangelho de
hoje nos traz e assim também para nós se pode aplicar aquela exclamação de
Jesus: ‘Se também tu (...) conhecesses o que te pode trazer a paz’ (v. 42)” (Alfonso
Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).
Pe. João Bosco Vieira Leite