Quinta, 17 de novembro de 2022

(Ap 5,1-10; Sl 149; Lc 19,41-44) 

33ª Semana do Tempo Comum.

“Se tu também compreendesses hoje o que te pode trazer a paz! Agora, porém, isso está escondido aos teus olhos!” Lc 19,42.

“Jerusalém é a figura de uma alma entregue ao pecado. Aproximando-se das portas da cidade e contemplando-lhe não só a imponência exterior, mas também o interior cheio de injustiças e imoralidades, Jesus fala-lhe amargamente e pronuncia aquela profecia sobre a destruição da cidade. Contudo, agora, mais que meditar nos males que recaíram sobre a pecadora e infiel cidade, convida-nos o evangelho a que pensemos um pouco nas desventuras que sobrevêm à alma infiel, que pelo pecado fica não só feia, mas totalmente arruinada; nada nela fica dos dons da graça que o Senhor tinha derramado, nada das virtudes, nada dos dons do Espírito Santo; estão ausentes dela Deus, seu temor e sua graça, sua bondade e seu amor. A obra do Espírito, na alma cristã, é sempre construtiva e positiva. O Espírito Santo começa purificando a lama de todos os defeitos, dos pecados passados e seus resquícios e, tendo sido concluída essa primeira e imprescindível etapa de purificação, começa o Espírito a erguer o edifício das virtudes positivas, até poder desenvolver nessas almas a obra do amor. E quando, no cristão, a virtude teologal da caridade, ou o amor, chega a transformar-se em raiz e explicação de toda a vida, quando tudo se faz não só com amor, quando se busca não só ter ou sentir o amor, mas vive-lo e vive-lo em tudo e em todos, então a paz inunda nosso interior e ali na intimidade mais profunda do nosso ser escutamos a voz de nosso Pai que nos diz estar contente conosco, que se compraz em nós e em nossa vida. É essa a ‘mensagem de paz’ que o evangelho de hoje nos traz e assim também para nós se pode aplicar aquela exclamação de Jesus: ‘Se também tu (...) conhecesses o que te pode trazer a paz’ (v. 42)” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).

 Pe. João Bosco Vieira Leite