Quinta, 03 de novembro de 2022

(Fl 3,3-3-8; Sl 104[105]; Lc 15,1-10) 

31ª Semana do tempo Comum. 

“E, se uma mulher tem dez moedas de prata e perde uma, não acende uma lâmpada,

varre a casa e procura cuidadosamente, até encontra-la?” Lc 15,8.

“A parábola sobre a dracma perdida (Lc 15,8-10) segue a da ovelha perdida. Aqui, quem está no centro é uma mulher. Curiosamente, Lucas descreve as mulheres muitas vezes viúvas ou como solteiras. A mulher não se define a partir do homem. Ela é por si mesma o que ela é. Assim também no caso desta mulher: não se trata de seu relacionamento com o marido, trata-se dela mesma, do que ela é em si. Ela possui dez dracmas. ‘Dez’ é o número da totalidade. Quem possui dez dracmas é completo, está salvo. Mas essa mulher perdeu uma dracma. ‘Um’ é outra imagem da totalidade. Se essa mulher perdeu a dracma, ela saiu da sua completude, de sua unidade consigo mesma e com Deus. Ela perdeu seu centro – sem esse centro as outras nove dracmas também não lhe adiantam nada, perderam sua unidade, já não estão juntas entre si. A mulher sabe o que perdeu. Ela perdeu a si mesma. Gregório de Nissa interpreta essa dracma como sendo Cristo. Do ponto de vista psicológico, poderíamos dizer que a dracma simboliza ‘eu mesmo’. Quem perdeu a si mesmo ainda faz muita coisa, externamente, mas em tudo isso falta o centro, a força, a clareza” (Anselm Grüm – Jesus, modelo do ser humano – Loyola).  

 Pe. João Bosco Vieira Leite