(Fl 3,3-3-8; Sl 104[105]; Lc 15,1-10)
31ª Semana do tempo Comum.
“E, se uma mulher tem
dez moedas de prata e perde uma, não acende uma lâmpada,
varre a casa e
procura cuidadosamente, até encontra-la?” Lc 15,8.
“A parábola sobre a
dracma perdida (Lc 15,8-10) segue a da ovelha perdida. Aqui, quem está no
centro é uma mulher. Curiosamente, Lucas descreve as mulheres muitas vezes
viúvas ou como solteiras. A mulher não se define a partir do homem. Ela é por
si mesma o que ela é. Assim também no caso desta mulher: não se trata de seu
relacionamento com o marido, trata-se dela mesma, do que ela é em si. Ela
possui dez dracmas. ‘Dez’ é o número da totalidade. Quem possui dez dracmas é
completo, está salvo. Mas essa mulher perdeu uma dracma. ‘Um’ é outra imagem da
totalidade. Se essa mulher perdeu a dracma, ela saiu da sua completude, de sua
unidade consigo mesma e com Deus. Ela perdeu seu centro – sem esse centro as
outras nove dracmas também não lhe adiantam nada, perderam sua unidade, já não
estão juntas entre si. A mulher sabe o que perdeu. Ela perdeu a si mesma.
Gregório de Nissa interpreta essa dracma como sendo Cristo. Do ponto de vista
psicológico, poderíamos dizer que a dracma simboliza ‘eu mesmo’. Quem perdeu a
si mesmo ainda faz muita coisa, externamente, mas em tudo isso falta o centro,
a força, a clareza” (Anselm Grüm – Jesus, modelo do ser humano –
Loyola).
Pe. João Bosco Vieira Leite