(Zc 2,14-17; Sl Lc 1; Mt 12,46-50)
Apresentação de Nossa Senhora.
“Pois todo aquele que
faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e
minha mãe”
Mt 12,50.
“O episódio da
apresentação no templo não é narrado nas Sagradas Escrituras, mas em evangelhos
apócrifos, em particular no ‘Protoevangelho de são Tiago’, que a Igreja não
considera inspirado por Deus. No entanto, a celebração deste dia é antiga. Era
celebrada já no século VI em Jerusalém, e a Igreja do Oriente, que acolheu e
conservou zelosamente as tradicionais festas marianas, reserva à apresentação
de Maria uma memória particular, como um dos mistérios da vida daquela que Deus
escolheu para Mãe de seu Unigênito. A Igreja do Ocidente, ao manter essa
festividade também com a reforma do calendário litúrgico, entendeu praticar um
gesto ‘ecumênico’. Na Liturgia das Horas, lê-se: ‘Neste dia da solene
consagração da igreja de Santa Maria Nova, construída junto ao templo de
Jerusalém, celebramos com os cristãos do Oriente aquela consagração que Maria
fez a Deus de si mesmo desde a infância, movida pelo Espírito Santo, de cuja
graça ficará plena na sua imaculada conceição’. Se bem que não se encontre na tradição
hebraica a oferta de meninas ao templo (e menos ainda na tenra idade de três
anos, como se lê nos apócrifos, segundo os quais ‘Maria morou no templo do
Senhor como uma pomba, recebendo o alimento das mãos de um anjo’), os cristãos
celebram hoje aquele particular oferecimento de Maria a Deus, feito no segredo
de sua alma, que a preparou para a colher o Filho de Deus. Esta menininha – diz
são Germano de Constantinopla na homilia sobre a Apresentação – prepara o
aposento para acolher a Deus, ‘mas não é o templo que a santifica e purifica, e
sim a sua presença que purifica inteiramente o templo’” (Mario Sgarbosa
– Os santos e os beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente –
Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite