Quinta, 24 de novembro de 2022

(Ap 18,1-2.21-23; 19,1-3.9; Sl 99[100]; Lc 21,20-28) 

34ª Semana do Tempo Comum.

“Quando estas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça,

porque a vossa libertação está próxima” Lc 21,28.

“Também nas leituras bíblicas de hoje ressoa o tema do juízo, embora acompanhado por afirmações que nos confortam e dão esperança, virtude própria do cristão. Falar, no nosso mundo, de esperança, é certamente muito difícil: as dificuldades da vida; a desorientação e a intolerância religiosa dos nossos dias; as angústias quotidianas perante os pequenos e grandes problemas; o sentido de precariedade e de provisoriedade afastam-nos por vezes da esperança. E, no entanto, o anúncio das páginas bíblicas é para nós claro e abrangente: é o anúncio de um Deus que salva e liberta o seu servo Daniel (primeira leitura, anos ímpares), é a proclamação da bem-aventurança (primeira leitura, anos pares), é ainda, e sobretudo, Palavra de libertação (Evangelho). Precisamente nos momentos em que a perturbação e a angústia parecem apoderar-se de nós, manter-nos prisioneiros nas suas cadeias, a página do Evangelho convida-nos à coragem, a erguer a cabeça: a libertação está próxima. É esta a esperança para os cristãos, uma ‘esperança contra toda a esperança’ (Rm 4,18), uma esperança que tem o seu apoio na constância e na esperança, e tem a sua razão de ser em Cristo (aclamação ao Evangelho). Por meio de Cristo, a nossa esperança torna-se atuação da libertação: a nossa vida torna-se vida em liberdade. Liberdade que, no sentido mais profundamente cristão indica, antes de mais nada, libertação de nós mesmos para nos abrir ao amor do próximo. É esta, de fato, a liberdade à qual fomos chamados (cf. Gl 5,13). Nasce do conhecimento da existência de um Deus que vive e dá a vida, para o qual também nós adquirimos uma dignidade particular, que nos permite ultrapassar a nossa condição humana, contingente e provisória, e nos torna filhos de Deus, participantes da Sua glória (cf. Rm 8,19-25). É a esperança da ‘bem-aventurança’” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Vol. 2] – Paulus).

 Pe. João Bosco Vieira Leite