(Ap 11,4-12; Sl 143[144]; Lc 20,27-40)
33ª Semana do Tempo Comum.
“... e já não poderão
morrer, pois serão iguais aos anjos, serão filhos de Deus, porque
ressuscitaram” Lc 20,36.
“Os personagens que
intervieram neste evangelho foram os saduceus que negavam a ressurreição e eram
um povo muito liberal em matéria religiosa e positivista em todas as coisas;
não só negavam a ressurreição dos corpos no juízo final, mas também a
imortalidade da alma. Nesse momento, não lhes interessa o problema da
ressurreição, que para eles já está resolvido negativamente; somente pretendem
colocar Jesus no ridículo e desprestigiá-lo diante do povo simples; por isso,
propõe-lhe um conto rabínico. Mas Jesus responde-lhes confirmando a fé na
ressurreição, visto que Deus é o Deus dos vivos e não dos mortos, e tão clara e
sabiamente deve ter-lhes respondido Jesus à intricada questão, que os saduceus
lhe propunham, que ‘alguns dos escribas [adversários dos saduceus] lhes
disseram: Mestre, falaste bem’ (v. 39). Jesus disse-lhes que os conceitos que
tinham do outro mundo eram muito grosseiros; explica a eles como as condições
da outra vida são muito diferentes das atuais; pois, não havendo morte, o
matrimônio não tem razão de ser. Nos tempos modernos e atuais, se não se nega a
ressurreição teoricamente ou com argumentos, nega-se com as obras e com a vida,
uma vez que se vive como se não tivesse que ressuscitar, como se a vida terrena
e temporal fosse a última coisa que nos espera, como se depois do que vivemos
aqui já não se deva aguardar nenhuma realidade. Segundo esta concepção da vida,
desconhece-se todos os valores transcendentais e se atribui ao que é terreno e
transitório o valor absoluto” (Alfonso Milagro – O
Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).