Sábado, 19 de novembro de 2022

(Ap 11,4-12; Sl 143[144]; Lc 20,27-40) 

33ª Semana do Tempo Comum.

“... e já não poderão morrer, pois serão iguais aos anjos, serão filhos de Deus, porque ressuscitaram” Lc 20,36.

“Os personagens que intervieram neste evangelho foram os saduceus que negavam a ressurreição e eram um povo muito liberal em matéria religiosa e positivista em todas as coisas; não só negavam a ressurreição dos corpos no juízo final, mas também a imortalidade da alma. Nesse momento, não lhes interessa o problema da ressurreição, que para eles já está resolvido negativamente; somente pretendem colocar Jesus no ridículo e desprestigiá-lo diante do povo simples; por isso, propõe-lhe um conto rabínico. Mas Jesus responde-lhes confirmando a fé na ressurreição, visto que Deus é o Deus dos vivos e não dos mortos, e tão clara e sabiamente deve ter-lhes respondido Jesus à intricada questão, que os saduceus lhe propunham, que ‘alguns dos escribas [adversários dos saduceus] lhes disseram: Mestre, falaste bem’ (v. 39). Jesus disse-lhes que os conceitos que tinham do outro mundo eram muito grosseiros; explica a eles como as condições da outra vida são muito diferentes das atuais; pois, não havendo morte, o matrimônio não tem razão de ser. Nos tempos modernos e atuais, se não se nega a ressurreição teoricamente ou com argumentos, nega-se com as obras e com a vida, uma vez que se vive como se não tivesse que ressuscitar, como se a vida terrena e temporal fosse a última coisa que nos espera, como se depois do que vivemos aqui já não se deva aguardar nenhuma realidade. Segundo esta concepção da vida, desconhece-se todos os valores transcendentais e se atribui ao que é terreno e transitório o valor absoluto” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).

Pe. João Bosco Vieira Leite