(Ap 10,8-11; Sl 118[119]; Lc 19,45-48)
33ª Semana do Tempo Comum.
“Jesus ensinava todos
os dias no templo” Lc 19,47a.
“Jerusalém era a meta
da longa marcha de Jesus. Aí o Templo constituía seu ponto final. Por que? Porque
o Templo, na religião judaica, era o lugar da morada de Deus no meio do povo.
Para Jesus, é casa do Pai. E, como Filho, é para a casa do Pai que ele se
dirige. O Mestre decepcionou-se com o que viu: o Templo fora transformado num
antro de exploradores inescrupulosos, que se serviam do espaço sagrado para
enriquecer, lançando mão dos mais vis artifícios de exploração. Na mais total
impunidade, e com a cobertura dos sacerdotes, davam a impressão de estar
prestando um grande serviço aos peregrinos. Situação, porém, insuportável para
Jesus! A expulsão dos vendedores e compradores teve a finalidade de fazer o
Templo recobrar sua verdadeira função: ser casa de oração, portanto, lugar de
encontro com o Pai e reabastecimento espiritual, espaço de vivência da fraternidade
e da igualdade. Enquanto ‘casa’, seria o espaço de encontro dos filhos de Deus.
Uma vez purificado, o Templo tornou-se lugar privilegiado da pregação de Jesus.
Ao ouvi-lo, o povo ficava extasiado, e se apinhava ao seu redor. Agora sim,
voltara a ser casa do Pai, onde o Filho se sente à vontade para falar das
coisas de Deus. Os projetos malévolos dos sacerdotes e dos escribas não o
intimidavam. Afinal, enquanto Filho, aquele lugar lhe pertencia. – Espírito
purificador, tira do meu coração toda sorte de maldade e de egoísmo, que o
tornam indigno de ser morada de Deus” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O
Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] - Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite