Terça, 26 de julho de 2022

(Ecl 44,1.10-15; Sl 131[132]; Mt 13,16-17) 

São Joaquim e Santa Ana, pais de Maria Santíssima.

“Vamos fazer o elogio dos homens famosos, nossos antepassados através das gerações” Ecl 44,1.

“Ana – do hebraico Hannah, graça – é um nome apropriado, atribuído à mãe da Bem-aventurada Virgem na liturgia oriental, desde o fim do século VI. No mesmo período vem honrado, sempre no Oriente, o pai Joaquim, denominado entretanto de vários modos: Eli, Cléofas, Eliacim, Jonaquin e Sadoc. O Evangelho silencia acerca dos pais de Maria; o vazio foi preenchido pelo apócrifo protoevangelho de Tiago. Neste, entre os elementos fantasiosos, é possível extrair algumas notícias úteis para delinear o perfil dos santos cônjuges. Seu culto, tão antigo no Oriente quanto o culto mariano, floresce no Ocidente em 1584, quando foram instituídas a festa litúrgica de santa Ana (fixada em 25 de julho) e a de são Joaquim (em 20 de março). Esta, depois, foi integrada à oitava da Assunção, passando em 1913 para o dia 16 de agosto e, finalmente, para 26 de julho, com o novo calendário litúrgico – o qual associa oportunamente os dois santos cônjuges, de cuja união advém, por sumo privilégio divino, a imaculada conceição da Virgem. Embora o dia 26 de julho – quando as crianças estão de férias e os avós permanecem frequentemente sozinhos em casa – não se preste a profícuas manobras consumistas, há quem proponha essa data como festa dos avós. E, além de Ana e Joaquim, quem pode ostentar melhores títulos? ‘Pelos frutos conhecereis a árvore’, diz Jesus no Evangelho. E talvez pensasse, nesse momento, nos dois santos avós. Conhecemos o fruto de seu amor, a Virgem Imaculada, santificada desde o primeiro momento no seio materno, portanto, um fruto não deteriorado pelo pecado original; a ‘cheia de graça’, que tão-só pela sua presença santificou Batista no seio de Isabel. E uma vez que Maria, ‘termo fixo do eterno conselho’, como diz Dante, é ‘aquela que a natureza humana enobrece’, pode bem se dizer mediadora da graça sobretudo para seus privilegiados pais. O belo nome de Ana, que frequentemente segue o de Maria, foi honrado por cinco santas e sete beatas” (Mario Sgarbosa – Os santos e os beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente – Paulinas).

  Pe. João Bosco Vieira Leite