Terça, 12 de julho de 2022

(Is 7,1-9; Sl 47[48]; Mt 11,20-24) 

15ª Semana do Tempo Comum.

“Jesus começou a censurar as cidades onde fora realizada a maior parte de seus milagres,

porque não se tinham convertido” Mt 11,20.

“Dois grupos de três cidades: por um lado, três cidades da Palestina, Corozaim, Betsaida, Cafarnaum; por outro lado, três cidades que não eram consideradas integrantes do povo de Deus: Tiro, Sídon e Sodoma. Os ouvintes de Jesus conheciam muito bem tanto a situação de umas quanto a das outras; sabiam que as segundas eram consideradas historicamente más, tanto pelos costumes depravados, quanto pelo materialismo devido à sua prosperidade econômica; ao passo que as três primeiras tinham sido percorridas frequentemente pelo Mestre nazareno, pregando a boa nova, ensinando a nova doutrina evangélica, curando doentes, ressuscitando mortos e perdoando os pecadores. Esse era o quadro histórico no qual Jesus se firmou para explanar sua censura. Com efeito, Jesus ‘começou a censurar as cidades... por terem recusado arrepender-se’. A expressão ‘maldizer’ é forte; porém, a realidade é grave: censurou, repreendeu, increpou os habitantes daquelas cidades, porque não se tinham convertido, porque nessas cidades, à vista de seus moradores, o Senhor tinha feito seus milagres tinha-lhes ensinado sua maravilhosa doutrina e, no entanto, eles não tinham feito penitência, não se haviam convertido e não tinham aceitado o reino de Deus, tema central da pregação do Mestre. O Senhor toma como ponto de reflexão os habitantes das cidades que vivem no luxo, na prosperidade material, nas excessivas comodidades, que os afastam do espírito do evangelho, que é espírito de austeridade; o Senhor não recrimina o fato de que se mora na cidade. Sempre dentro desta reflexão, não poderei permitir que o fato de integrar uma sociedade ‘desenvolvida’ apague no meu espírito o desejo de viver em conformidade com as exigências do evangelho e mesmo com as obrigações testemunhais que a minha consagração ao Senhor impõe. Aquelas pessoas não se converteram... e isso indignou o Senhor; mas o que levou o Senhor a censurar-lhe a dureza de coração foi o fato de eles terem sido objeto de sua missão apostólica e neles haver ressoado a palavra de Deus, testemunhada até com milagres. Nós nos encontramos em circunstâncias idênticas, agravantes de nossa falta de conversão verdadeira; fomos objetos da predileção do Senhor, que nos distinguiu com a abundância de suas graças e quis que seu Espírito descesse sobre nossa mente. Devemos examinar se verdadeiramente somos o que parecemos e parecemos o que na realidade somos. Não aconteça que no dia do Juízo sejamos tratados com maior rigor, graças à nossa maior responsabilidade” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).

 Pe. João Bosco Vieira Leite