(Jr 28,1-17; Sl 118[119]; Mt 14,13-21)
18ª Semana do Tempo Comum.
“Jesus, porém, lhes
disse: ‘Eles não precisam ir embora. Dai-lhes vós mesmos de comer!’” Mt 14,16.
“A ordem dada aos
discípulos – ‘Deem-lhes de comer!’ – pode ter-lhes soado como uma ironia. Havia
condições de saciar uma multidão, reunida num lugar deserto para escutar Jesus?
Não seria lógico despedi-la para que pudesse comprar alimentos nas aldeias
vizinhas? A ordem do Mestre parecia impossível de ser executada. Contudo,
começou a ser superada, quando os discípulos apresentaram a quantidade de
alimentos disponível: cinco pães e dois peixes. Bastou-lhes coloca-los à
disposição de todos, para que ninguém voltasse para casa faminto. Assim
aconteceu! Num gesto quase litúrgico, Jesus tomou os pães e os peixes, ergueu
os olhos para os céus, abençoou-os, partiu-os, deu-os aos discípulos e estes, à
multidão. A pequena porção de alimento começou a ser condividida. E todos
comeram até à saciedade. E mais, sobraram doze cestos cheios, apesar da enorme
quantidade de gente. Este episódio contém um claro ensinamento. O problema da
fome resolve-se com a partilha. Se tivessem ido às aldeias, quem tivesse
dinheiro e fosse mais esperto, fartar-se-ia. Quanto aos pobres e menos ágeis
ficariam em desvantagem, permanecendo famintos. Esta situação é incompatível
com o Reino, cujo projeto de fraternidade supera todo tipo de
desigualdade. – Espírito de fraternidade, não permitas que eu me apegue
àquilo que possuo, quando tantas pessoas estão à espera da minha generosidade
para sobreviver” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano
C] - Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite