(Jr 26,11-16.24; Sl 68[69]; Mt 14,1-12)
17ª Semana do Tempo Comum.
“De fato, Herodes
tinha mandado prender João, amarrá-lo e colocá-lo na prisão por causa de
Herodiades,
a mulher de seu irmão
Filipe” Mt 14,3.
“O assassinato de
João Batista recoloca um tema comum, no âmbito da história do profetismo
bíblico: a imposição do silêncio ao enviado de Deus. Quem recebeu a missão
divina de convocar o povo à conversão, acaba sendo silenciado por quem deveria
escutá-lo. Outro tema é o da intrepidez dos profetas. Embora devendo
defrontar-se com forças hostis e refratárias à sua pregação, não se deixaram
intimidar, por terem consciência do caráter divino da missão recebida. A
intrepidez de João Batista revela-se na coragem com que se defronta com um
governante ímpio, reconhecidamente prepotente, Herodes apoderou-se, sem
escrúpulo, da esposa do seu irmão, tomando-a como mulher. Sem medo, o profeta
João denuncia a injustiça cometida, e sofre as consequências de sua ousadia. A
decisão de jogar o Batista na prisão funciona como uma maneira de calá-lo.
Encarcerado numa fortaleza romana, ele teve a sua liberdade cerceada, e a voz
calada. Mas isso ainda foi pouco, no parecer da mulher ilegítima de Herodes.
Era preciso fazer calar João definitivamente. A oportunidade para isso surgiu
por ocasião de uma festa. Embora a contragosto, Herodes atendeu o pedido da
mulher e mandou decapitar o profeta incômodo. O destino de João Batista
prenunciara o de Jesus. Também a este procuravam calar, por causa da liberdade
com que denunciava os desmandos dos prepotentes de seu tempo. – Espírito
de intrepidez, dá-me a coragem dos profetas para denunciar as injustiças
cometidas pelos grandes e potentes” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O
Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] - Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite