Sábado, 30 de julho de 2022

(Jr 26,11-16.24; Sl 68[69]; Mt 14,1-12) 

17ª Semana do Tempo Comum.

“De fato, Herodes tinha mandado prender João, amarrá-lo e colocá-lo na prisão por causa de Herodiades,

a mulher de seu irmão Filipe” Mt 14,3.

“O assassinato de João Batista recoloca um tema comum, no âmbito da história do profetismo bíblico: a imposição do silêncio ao enviado de Deus. Quem recebeu a missão divina de convocar o povo à conversão, acaba sendo silenciado por quem deveria escutá-lo. Outro tema é o da intrepidez dos profetas. Embora devendo defrontar-se com forças hostis e refratárias à sua pregação, não se deixaram intimidar, por terem consciência do caráter divino da missão recebida. A intrepidez de João Batista revela-se na coragem com que se defronta com um governante ímpio, reconhecidamente prepotente, Herodes apoderou-se, sem escrúpulo, da esposa do seu irmão, tomando-a como mulher. Sem medo, o profeta João denuncia a injustiça cometida, e sofre as consequências de sua ousadia. A decisão de jogar o Batista na prisão funciona como uma maneira de calá-lo. Encarcerado numa fortaleza romana, ele teve a sua liberdade cerceada, e a voz calada. Mas isso ainda foi pouco, no parecer da mulher ilegítima de Herodes. Era preciso fazer calar João definitivamente. A oportunidade para isso surgiu por ocasião de uma festa. Embora a contragosto, Herodes atendeu o pedido da mulher e mandou decapitar o profeta incômodo. O destino de João Batista prenunciara o de Jesus. Também a este procuravam calar, por causa da liberdade com que denunciava os desmandos dos prepotentes de seu tempo. – Espírito de intrepidez, dá-me a coragem dos profetas para denunciar as injustiças cometidas pelos grandes e potentes” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] - Paulinas).

 Pe. João Bosco Vieira Leite