(Jr 2,1-3.7-8.12-13; Sl 35[36]; Mt 13,10-17)
16ª Semana do Tempo Comum.
“É por isso que lhes
falo em parábolas, porque veem sem ver e ouvem sem ouvir nem entender” Mt 13,13.
“Ver sem ver e ouvir
sem ouvir, à primeira vista, pode parecer um absurdo, mas na realidade, isto
acontece. E quando? Quando olhamos tudo, mas não olhamos com profundidade.
Quando olhamos as coisas e não vemos a mensagem que cada uma delas transmite.
Quando vemos as realidades e não vemos o que está por trás de todas. Quando
vemos superficialmente o que se encontra em derredor de nós e não mergulhamos
em sua essência. Quando vemos só o que está acontecendo hoje e não vemos o que
pode acontecer amanhã. Quando só vemos de modo global, e não vemos também, de
modo particular. Exemplificando. Quando só vemos o prédio construído e não
vemos o trabalho sacrificado do pobre peão que deu toda a sua energia em prol
do seu soerguimento. Quando vemos a beleza e a majestade da árvore e não vemos
a pequenez da semente que nela se transformou. Quando vemos a doença que
estamos tendo e não vemos o infinito número de dias que passamos gozando de
perfeita saúde. Quando só vemos o que Deus quer dos outros e não vemos o que
ele quer de nós. A mesma coisa podemos asseverar a respeito do ‘ouvir sem
ouvir’, do ‘ouvir sem entender’. É que não deixa de existir uma certa diferença
entre o ouvir e o escutar. O ato de ‘escutar’ é quase que só fisiológico,
enquanto o ato de ouvir é mais espiritual. Escutamos o que, às vezes, nem
desejamos escutar, mas só ouvimos aquilo que nos interessa ouvir. Daí,
existirem os que não põe em prática a palavra de Deus porque escutaram, mas não
a ouviram. Perceberam-lhe o som, mas não sua mensagem. Em meio de quais
estamos? – Senhor, favorecei-nos com a graça de ver com os olhos e ver
com o coração, também em consequência de termos ouvido quem nos ensina uma
coisa e outra. Amém” (José Gilberto de Luna – Graças a
Deus (1995) – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite