(Is 38,1-6.21-22.7-8; Sl Is 38; Mt 12,1-8)
15ª Semana do Tempo Comum.
“Se tivésseis
compreendido o que significa: ‘Quero a misericórdia e não o sacrifício’,
não teríeis condenado
os inocentes” Mt 12,7.
“Famintos, os
discípulos de Cristo, passando perto de umas plantações de milho, arrancaram
suas espigas, a fim de comê-las. Os fariseus, que se apresentavam como
integérrimos defensores da lei, ficaram incomodados com a atitude dos
discípulos, uma vez que era dia de sábado e, sendo dia de sábado, não deveriam partir
para este tipo de operação. Queixam-se do gesto ‘criminoso’ a Jesus que, então,
os repreende, dizendo-lhes estarem eles condenando quem não tinha culpa. As
palavras reprobatórias de Cristo, aos fariseus, se constituem, igualmente, numa
espécie de condenação a todos aqueles que não sabem catalogar as coisas, de
acordo com o seu grau de importância. E chegam ao absurdo de achar que mais
vale o cumprimento cego de uma lei que a defesa da sobrevivência de um ser
humano. Estas palavras de Jesus se constituem uma condenação à atitude tacanha
dos fariseus que, incapazes de perceber que a lei foi feita para o homem e não
o homem para a lei, preferem ver uma pessoa definhar de fome a violar um
dispositivo legal, cuja transgressão não acarretaria males maiores. As
palavras de Jesus foram, ontem, uma condenação aos ‘zeladores’, aos ‘guardiões’
da lei, como ainda hoje também o são, a quantos, possuidores de mentalidade
estreita, como a deles, dão maior valor ao jardim que ao jardineiro, ao prédio
da escola que ao estudante, ao fogão que à cozinheira, ao Estado que ao homem,
mesmo sabendo ter existido este, antes daquele. Aquilo que para nós está sendo
prioritário merece mesmo a prioridade que lhe estamos dando? – Senhor,
premiai-nos com a graça de, aos construirmos, todos os dias, a escada da vida,
sabermos acertar na escolha de cada um dos seus degraus. Amém” (José Gilberto
de Luna – Graças a Deus [1995] – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite