(Is 10,5-7.13-16; Sl 93[94]; Mt 11,25-27)
15ª Semana do Tempo Comum.
“Eu te louvo, ó Pai,
Senhor do céu e da terra, porque escondestes estas coisas aos sábios e
entendidos e as revelaste aos pequeninos” Mt 11,25b.
“A oração de Jesus resulta de uma
experiência vivida no seu ministério. Enquanto os líderes religiosos do povo
resistiam em aceita-lo e converter-se ao Reino, o povo simples e inculto
mostrava-se receptivo diante de sua mensagem, deixando-se tocar por ela. O
fracasso junto aos sábios e doutores era, pois, compensado pelo êxito junto aos
pequeninos. Refletindo sobre este episódio, Jesus detecta a ação do Pai no
coração de quem é tido como incapaz de penetrar nas profundezas do saber
teológico. Evidentemente, o saber revelado pelo Pai aos pequeninos não é de
caráter intelectual. Pouca serventia teria para eles um saber que leva ao
orgulho e à arrogância. Esses carecem de um saber existencial, que lhes toque o
fundo do coração, predispondo-o para assimilar a sabedoria do Reino. Esta, sim,
pode trazer a salvação, por gerar solidariedade, partilha, reconciliação, vida
em comunhão. A sabedoria revelada por Deus leva os pequeninos a se reconhecerem
todos como irmãs e irmãos, convocados pelo Pai para viverem o amor. Quem
adquire este tipo de sabedoria, coloca-se no caminho da salvação, o caminho de
Deus. Quanto aos sábios, a autossuficiência impede-os de entrar numa dinâmica
de amor-comunhão, por recusarem a se colocar no mesmo nível dos demais.
Instruídos por si mesmos, estão fadados a cultivar uma sabedoria puramente
humana, ineficaz em termos de salvação. – Espírito de revelação, liberta meu
coração da arrogância que me impede de captar a revelação transformadora do Pai
aos pequeninos” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada
Dia [Ano C] - Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite