(Os 11,1-4.8-9; Sl 79[80]; Mt 10,7-15)
14ª Semana do Tempo Comum.
“Não leveis ouro, nem
prata, nem dinheiro nos vossos cintos; nem sacola para o caminho, nem duas
túnicas,
nem sandálias, nem
bastão, porque o operário tem direito ao seu sustento” Mt 10,9-10.
“A lei exigia que os
rabinos ensinassem gratuitamente. Eles foram proibidos de receber dinheiro com
exceção quando cuidavam de crianças. A mesma lei era aplicada e invalidada
quando alguém atuava como juiz e cobrava pelos serviços. Esses costumes eram
observados e, citados por Jesus, evitam interferências negativas na missão. Os
cintos eram as carteiras dos judeus e os alforjes eram uma espécie de mochila,
que servia para carregar mantimentos. Nada de peso extra. Estes itens poderiam
deixar seus discípulos a se ocuparem com segurança, sustento, bagagem pesada.
Eles provavelmente perderiam o foco principal do trabalho. Estas necessidades,
também importantes, seriam supridas por Deus e pelos irmãos interessados na
causa nobre. Jesus não quer criar uma dificuldade para seus discípulos. Propõe
uma solução. Seus discípulos não devem dar a impressão de serem homens de
negócio. As instruções de Jesus indicam que o homem de Deus tem prioridades
sobre as coisas materiais. Jesus ensina igualmente que o obreiro é digno de seu
alimento. É certo que o rabino não estava autorizado a receber pagamento por
seus ensinamentos. Porém, ao mesmo tempo, considerava-se um privilégio e dever
dar de comer aos mestres religiosos. Uma dupla verdade é ensinada. Primeiro que
o discípulo de Deus nunca deve preocupar-se demasiadamente com coisas
materiais. E, em segundo lugar, o povo de Deus nunca deve ignorar seu dever de
que os discípulos de Deus recebam tudo que razoavelmente podem necessitar para
o sustento pessoal ou coletivo. Esta passagem estabelece uma obrigação tanto
sobre o ministro como sobre o povo. – Senhor! Por vezes carregamos
muitas tralhas que impedem nossa total liberdade em servi-lo. Livra-nos delas
por amor de Jesus. Amém” (Arnaldo Hoffmann Filho –
Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite