Segunda, 18 de abril de 2022

(At 2,14.22-32; Sl 15[16]; Mt 28,8-15) 

Oitava de Páscoa.

“As mulheres partiram depressa do sepulcro. Estavam com medo,

mas correram com grande alegria para dar a notícia aos discípulos” Mt 28,8.

“Por mais precioso que fosse, o túmulo vazio, assim como a cruz vazia, teriam que ficar para trás, haviam prestado seu serviço, e agora havia outras cruzes e sepulturas a esvaziar. Por isso, é preciso correr, dar notícias aos outros, e repartir a ressurreição com os outros, mesmo que cheias de temor em relação à ressurreição, mas igualmente cheias de renovadas esperanças de vida, para esvaziar o poder das cruzes e dos túmulos que o pecado constrói, para que a mensagem do Evangelho renove a fé no ‘eu vivo, vós vivereis também’. Afastar-se do túmulo é uma tarefa imprescindível para quem não deseja um cristianismo meramente contemplativo, ou simples observância de tradições. Lugares e eventos, como a própria cruz e o túmulo, podem ser preciosos aos costumes e tradições cristãs. Mas não servem aos propósitos de Deus. Tanto é verdade que nem a cruz de Cristo foi produzida por Deus, mesmo que servisse aos interesses de Deus em fazer seu Filho sobre ela pagar pelos pecados da humanidade, e nem a sepultura era propriedade de Jesus, Ele que tinha prometido ressuscitar ao terceiro dia, e antes tivesse que necessariamente ser sepultado. Afastar-se do túmulo também é fundamental para escapar da piedosa, mas pueril ingenuidade de querer provar a ressurreição de Jesus, como se a mensagem da salvação tenha que ser provada para os que detêm o poder neste mundo. A notícia da ressurreição precisa ser levada para longe das cruzes e das sepulturas, símbolos cristãos, para destruir as cruzes e as sepulturas que o poder do pecado produz aqui na terra, e criar a fé que conduz à vida eterna por meio da ressurreição de Cristo. – Senhor, não permita que a cruz e a sepultura, mesmo vazia, transformem a Igreja em um simples lugar, mas cristãos apressados em noticiar que Jesus ressuscitou. Amém (Augusto Jacob Grün – Meditações para o dia a dia [2015] – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite