Sexta, 8 de abril de 2022

(Jr 20,10-13; Sl 17[18]; Jo 10,31-42) 

5ª Semana da Quaresma.

“Por que me acusais de blasfêmia quando eu digo que sou Filho de Deus,

eu, a quem o Pai consagrou e enviou ao mundo?” Jo 10,36.

“A intimidade que Jesus mostrava ter com seu Pai constituía o ponto central do atrito com seus adversários. Na história de Israel, pontilhada de pessoas piedosas, jamais alguém havia manifestado estar tão próximo de Deus, como Jesus afirmava estar. Por isso, seus adversários não sabiam como trata-lo. Preferiram apedrejá-lo, para se verem livres de sua presença incômoda. E isto, não porque Jesus fosse arrogante e orgulhoso, e se prevalecesse de um poder que as outras pessoas não possuíam. Em verdade, ele não exigia para si um tratamento especial, por sua condição divina, nem tinha ambições políticas de tomar o poder, e submeter o povo a seus caprichos. Pelo contrário, o projeto de Jesus opunha-se a tudo isso. O Mestre irritava seus adversários, porque se recusava a aderir a uma das facções religiosas existentes. Pelo contrário, criticava-se e denunciava-lhes as incoerências. E tais denúncias eram feitas com uma autoridade, até então, desconhecida, que Jesus atribuía ao Pai. Por outro lado, seus adversários pensavam estar agindo perfeitamente de acordo com a vontade de Deus. Consequentemente, não podiam aceitar que alguém, invocando a autoridade divina na condição de Filho, pudesse lançar-lhes em face acusações tão severas. A situação de Jesus era extremamente perigosa diante de seus adversários. Entretanto, não teve medo de enfrenta-los, mesmo sabendo que podia ser eliminado por eles. – Espírito do Filho, livra-me da dureza de coração, que não me deixa reconhecer a filiação divina de Jesus (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] - Paulinas).

  Pe. João Bosco Vieira Leite