Sábado, 9 de abril de 2022

(Ez 37,21-28; Jr 31; Jo 11,45-56) 

5ª Semana da Quaresma.

“Um deles, chamado Caifás, sumo sacerdote em função naquele ano, disse: ‘Vós não entendeis nada.

Não percebeis que é melhor um só homem morrer pela nação” Jo 11,49-50.

“As autoridades judaicas decidiram a morte de Jesus: buscavam continuamente a ocasião oportuna para levar a efeito seus desígnios perversos. Porém Jesus é dono de seu fim, que virá somente quando chegar sua hora. Jesus congregará, com sua morte, proveniente de todos os pontos cardeais, o novo Israel, o novo povo de Deus, salvando-o da morte eterna de sua perdição e levando-o à salvação de uma nova vida, a vida de Deus. É essa a eficácia da morte de Jesus na cruz. Essa morte é para nós a verdadeira vida. Jesus, morrendo na cruz, venceu a morte de todos nós. Não é de estranhar-se que, desde então, a vida surja da cruz: da cruz da dor, do sacrifício, da derrota, da humilhação, das perseguições do homem. Por isso São Paulo exclama: ‘mas nós pregamos Cristo crucificado’ (1Cor 1,23). Humanamente falando, a cruz aparecia como o contrário das aspirações tanto de judeus quanto de gregos; fracasso em vez de manifestação gloriosa, loucura em vez de sabedoria. Porém na fé, a cruz aparece como algo que transborda e supera a morte, porque é porta da Ressurreição. Somente Jesus é nosso Salvador. No livro do Apocalipse é acalmado com as palavras: ‘A nosso Deus a salvação, a glória e o poder’ (Ap 19,1). Nós não podíamos salvar-nos por nós mesmos. Estávamos perdidos irremediavelmente em nosso pecado e por nosso pecado. Jesus toma sobre si nossas culpas e assume a responsabilidade das mesmas; elas sobrecarregarão seu dorso e o farão suar sangue na oração do jardim do Getsêmani; elas obrigá-lo-ão a estender seus braços na cruz, porém com sua Paixão e sua morte, nossas culpas ficarão perdoadas e poderemos olhar de novo para o céu com plena confiança e chamar a Deus nosso Pai e esperar a entrada felicidade da glória. Vivência: Jamais chegaremos a compreender o que devemos a Jesus, nosso Salvador; nossa gratidão para com ele nos deve mover a falar-lhe continuamente por meio da oração e a amá-lo com todo o nosso coração. Jesus meu Salvador, o que teria sido de mim sem ti? O que poderia eu esperar agora, se não olhasse para ti e te visse com os braços estendidos na cruz, como se me esperasse para dar-me o doce beijo da paz e o abraço da reconciliação? Se não fosse por ti, por tua bondade para comigo, cairia no mais profundo desespero, ao recordar meus pecados. Mas olho para ti e minha alma enche-se de confiança segura de minha salvação, pois como poderia ser que tua morte tivesse sido ineficaz para mim?” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).

  Pe. João Bosco Vieira Leite