(Ez 37,21-28; Jr 31; Jo 11,45-56)
5ª Semana da Quaresma.
“Um deles, chamado
Caifás, sumo sacerdote em função naquele ano, disse: ‘Vós não entendeis nada.
Não percebeis que é
melhor um só homem morrer pela nação” Jo 11,49-50.
“As autoridades
judaicas decidiram a morte de Jesus: buscavam continuamente a ocasião oportuna
para levar a efeito seus desígnios perversos. Porém Jesus é dono de seu fim,
que virá somente quando chegar sua hora. Jesus congregará, com sua morte,
proveniente de todos os pontos cardeais, o novo Israel, o novo povo de Deus,
salvando-o da morte eterna de sua perdição e levando-o à salvação de uma nova
vida, a vida de Deus. É essa a eficácia da morte de Jesus na cruz. Essa morte é
para nós a verdadeira vida. Jesus, morrendo na cruz, venceu a morte de todos
nós. Não é de estranhar-se que, desde então, a vida surja da cruz: da cruz da
dor, do sacrifício, da derrota, da humilhação, das perseguições do homem. Por
isso São Paulo exclama: ‘mas nós pregamos Cristo crucificado’ (1Cor 1,23).
Humanamente falando, a cruz aparecia como o contrário das aspirações tanto de
judeus quanto de gregos; fracasso em vez de manifestação gloriosa, loucura em
vez de sabedoria. Porém na fé, a cruz aparece como algo que transborda e supera
a morte, porque é porta da Ressurreição. Somente Jesus é nosso Salvador. No
livro do Apocalipse é acalmado com as palavras: ‘A nosso Deus a salvação, a
glória e o poder’ (Ap 19,1). Nós não podíamos salvar-nos por nós mesmos.
Estávamos perdidos irremediavelmente em nosso pecado e por nosso pecado. Jesus
toma sobre si nossas culpas e assume a responsabilidade das mesmas; elas
sobrecarregarão seu dorso e o farão suar sangue na oração do jardim do Getsêmani;
elas obrigá-lo-ão a estender seus braços na cruz, porém com sua Paixão e sua
morte, nossas culpas ficarão perdoadas e poderemos olhar de novo para o céu com
plena confiança e chamar a Deus nosso Pai e esperar a entrada felicidade da
glória. Vivência: Jamais chegaremos a compreender o que
devemos a Jesus, nosso Salvador; nossa gratidão para com ele nos deve mover a
falar-lhe continuamente por meio da oração e a amá-lo com todo o nosso coração.
Jesus meu Salvador, o que teria sido de mim sem ti? O que poderia eu esperar
agora, se não olhasse para ti e te visse com os braços estendidos na cruz, como
se me esperasse para dar-me o doce beijo da paz e o abraço da reconciliação? Se
não fosse por ti, por tua bondade para comigo, cairia no mais profundo desespero,
ao recordar meus pecados. Mas olho para ti e minha alma enche-se de confiança
segura de minha salvação, pois como poderia ser que tua morte tivesse sido
ineficaz para mim?” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado
para cada dia do ano – Ave-Maria).
Pe. João Bosco Vieira Leite