Quarta, 13 de abril de 2022

(Is 50,4-9; Sl 68[69]; Mt 26,14-25) 

Semana Santa.

“Ofereci as costas para me baterem e as faces para me arrancarem a barba:

não desvie o rosto e bofetões e cusparadas” Is 50,6.

“O ser humano é, por natureza, vingativo. A sociedade em que vivemos impulsiona ainda mais este sentimento através de mídias. Levar o desaforo para casa é para fracos, como muitos pensam e vivem. Infelizmente, o natural para tantas vidas é sempre revidar, ter a última palavra, devolver na mesma moeda, retribuir ofensas. Mas teve alguém que quebrou este discurso, este hábito, esta prática. Alguém que ensinou a oferecer o outro lado da face quando um tapa for dado. Alguém que ensinou a amar os inimigos. Alguém que ensinou a fazer o bem a quem faz o mal. Jesus. Seu amor quebra e reconstrói a forma de viver. Ele mesmo, como Deus, fez isto e cumpriu a profecia: ‘entreguei minhas costas aos que me batiam, e minhas faces aos que me arrancavam a barba; não escondi o rosto aos ultrajes e às cuspidas’ (Is 50,6). Assim Jesus foi Deus conosco, de maneira humilde, semeando amor onde havia rancor. Ficou quieto, como uma ovelha levada ao matadouro. Suportou as piores dores. Poderia agir como Deus poderoso, mas, por nós, aguentou todo o sofrimento. Graças a este sacrifício vicário de Cristo na cruz, temos salvação. Quando cremos nisto, o amor de Jesus invade nosso estilo natural de revidar e ser vingativo. Somos pequenos cristos para o próximo. Assim como Cristo amou os difíceis de amar, somos convidados a amar os que são difíceis de amar. Estender a mão ao inimigo. Reconstruir um relacionamento quebrado e difícil. Revidar com palavras pacíficas os discursos ofensivos e vingativos. Ser cristão é ser diferente, é ser moldado pelo amor de Cristo. Amor que ama os inimigos. Amor que aprendemos de Jesus, o qual se sacrificou para nossa salvação. – Senhor Jesus, obrigado por ter sofrido em meu lugar. Poderias ter desistido, mas ficou firme, até a morte na cruz. Minhas culpas foram pagas por ti. Ensina-me a amar e viver como Tu, Senhor. Amando o inimigo, quebrando o triste costume da nossa sociedade de pagar violência com violência. Por ti, Senhor. Amém! (Bruno Arnaldo Krüger Serves – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite