(At 10,34.37-43; Sl 117[118]; Cl 3,1-4; Jo 20,1-9).
1. Nossa missa de hoje é uma
continuidade da Vigília Pascal, que já nos envolveu no mistério da ressurreição
de Cristo, que hoje celebramos nesse anúncio da comunidade cristã da
ressurreição que acolhemos na 1ª leitura. É o que chamamos de ‘Querigma’.
2. A frase central é: ‘Deus o
ressuscitou’. Esta é base da nossa fé e esperança: Jesus vive e Deus o
estabeleceu juiz dos vivos e dos mortos. O juiz é também Salvador: quem nele
crê é absolvido e recebe a vida. O salmo traduz essa alegria nesse ‘Halel’ da
liturgia do Templo. Um convite a louvarmos juntos ao nosso Deus.
3. A 2ª leitura nos leva a pensar que o
melhor anúncio da ressurreição é a nossa vida como ‘novos Cristos’,
ressuscitados. O que somos feitos pelo batismo, também o devemos ser em nossa
vida, já nos dizia Paulo ontem.
4. Mas o batismo ultrapassa nossa
existência no mundo: antecipa a vida sem morte, vida escondida em Deus, com o
Cristo ressuscitado. Vivemos na expectativa da plena manifestação. Ainda antes
da proclamação do Evangelho temos essa narrativa poética do evento pascal que
chamamos de sequência.
5. O evangelho apresenta os fatos
comemorados: de manhã, o sepulcro vazio, que vai pouco a pouco criando nos
discípulos a consciência de que Ele vive. Não foi abandonado pelo Pai, mas
confirmado na vida e também na obra que levará a termo.
6. O sepulcro vazio é um sinal
‘negativo’, as aparições são experiências preenchidas positivamente. Lembremos
que na sequência desse evangelho que ouvimos, Jesus compensa essa busca de
Madalena, aparecendo-lhe. Depois que Pedro e o outro discípulo voltam para
casa, as trevas começam a ceder: para Maria Madalena, surge a luz da alvorada.
7. Ouviremos a sequência dessa
narrativa na terça-feira, no evangelho do dia. Ela é convidada a entender que
esse Jesus que ela tenta segurar, não é mais aquele que ela seguiu desde os
dias da Galileia. Ela deve levar adiante seu testemunho, que nasce de sua
própria experiência pessoal.
8. Que experiência trago comigo desse
mistério pascal? Que compreensão tenho desses movimentos de Deus que cercam a
minha existência e me envolvem nesse mistério? Como eu transmito aos meus, aos
que cruzam o meu caminho essa força renovadora da Páscoa, celebrada a cada
domingo?
Pe. João
Bosco Vieira Leite