(At 2,36-41; Sl 32[33]; Jo 20,11-18)
Oitava de Páscoa.
“Então Jesus disse:
‘Maria!’ Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: ‘Rabuni’ (que quer dizer
Mestre)” Jo 20,14.
“Maria se volta duas
vezes. Quando se volta pela primeira vez (em latim está escrito: escrito est),
ela vê Jesus. Quando este lhe dirige a palavra, ela se volta novamente. Só
então o encontro se torna possível. A verdadeira experiência pascal se dá no
encontro com o ressuscitado e Maria. Jesus pronuncia o seu nome: ‘Miriâm’. A
maneira de pronunciar o nome de alguém revela a natureza do relacionamento que
existe entre duas pessoas. Quando o amado pronuncia o nome, ressoa nele
também o seu amor. O mesmo experimentou Maria de Mágdala. Quando ouviu o seu
nome, percebeu também o amor que a despertou para a vida. Na voz de Jesus, ela
identificou os sentimentos que Jesus mostrara a seu respeito, de modo que pôde
experimentar a força curadora e purificadora de Jesus. A voz de Jesus produz
nela uma conversão total. Agora, sim, ela pode responder: ‘Rabuni’, isto é, meu
mestre. Com estas palavras ela exprime o que Jesus é para ela. Retoma a
expressão que os discípulos usaram no primeiro chamado: ‘Mestre’ (1,38). Só que
ela diz: ‘Meu Mestre’. Ela não faz uma afirmação genérica sobre Jesus, ela diz
quem é Jesus para ela. Ele se tornou o seu mestre e professor totalmente
pessoal. É a ele que ela deve a sua vida” (Anselm Grüm – Jesus:
Porta para a Vida – Loyola).
Pe. João Bosco Vieira Leite