Terça, 19 de abril de 2022

(At 2,36-41; Sl 32[33]; Jo 20,11-18) 

Oitava de Páscoa.

“Então Jesus disse: ‘Maria!’ Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: ‘Rabuni’ (que quer dizer Mestre)” Jo 20,14.

“Maria se volta duas vezes. Quando se volta pela primeira vez (em latim está escrito: escrito est), ela vê Jesus. Quando este lhe dirige a palavra, ela se volta novamente. Só então o encontro se torna possível. A verdadeira experiência pascal se dá no encontro com o ressuscitado e Maria. Jesus pronuncia o seu nome: ‘Miriâm’. A maneira de pronunciar o nome de alguém revela a natureza do relacionamento que existe entre duas pessoas.  Quando o amado pronuncia o nome, ressoa nele também o seu amor. O mesmo experimentou Maria de Mágdala. Quando ouviu o seu nome, percebeu também o amor que a despertou para a vida. Na voz de Jesus, ela identificou os sentimentos que Jesus mostrara a seu respeito, de modo que pôde experimentar a força curadora e purificadora de Jesus. A voz de Jesus produz nela uma conversão total. Agora, sim, ela pode responder: ‘Rabuni’, isto é, meu mestre. Com estas palavras ela exprime o que Jesus é para ela. Retoma a expressão que os discípulos usaram no primeiro chamado: ‘Mestre’ (1,38). Só que ela diz: ‘Meu Mestre’. Ela não faz uma afirmação genérica sobre Jesus, ela diz quem é Jesus para ela. Ele se tornou o seu mestre e professor totalmente pessoal. É a ele que ela deve a sua vida” (Anselm Grüm – Jesus: Porta para a Vida – Loyola). 

Pe. João Bosco Vieira Leite