(Jó 19,21-27; Sl 26[27]; Lc 10,1-12)
26ª Semana do Tempo Comum.
“Permanecei naquela
mesma casa, comei e bebi do que tiverem, porque o trabalhador merece o seu
salário. Não passeis de casa em casa” Lc 10,7.
“Hoje Jesus fala da
missão apostólica. Lucas é o único a mencionar este envio dos setenta e dois.
Como fizera com os Doze, Jesus instruiu os setenta e dois discípulos enviados,
dois a dois, a preparar sua passagem a caminho de Jerusalém. As orientações
dadas por Jesus deixavam os discípulos numa situação de fragilidade. A pobreza
material levava-os a depender da caridade alheia. Como se sabe, nem todo mundo
está disposto a ajudar. Servidores do Reino, competia-lhes dispor as pessoas
para acolher o Mestre e sua mensagem, deixando-se converter para Deus. Tarefa
difícil, se considerarmos que os discípulos se encontravam em território
samaritano, cuja hostilidade contra os judeus era bem conhecida. Está
aumentando o número de trabalhadores para a colheita. Por isso, as instruções
de Jesus insistem em apresentar as dificuldades que deverão enfrentar. Eles
serão ‘como cordeiros entre lobos’. Estarão em condições de desigualdade,
podendo ser vítimas fatais da agressão dos habitantes das cidades que iriam
visitar. Portanto, a missão exige apóstolos destemidos. Deveriam contar com a
possibilidade de verem sua saudação de paz ser recusada. Mas caso a paz fosse
desejada a alguém indigno dela, seria como se o augúrio não tivesse sido
pronunciado. Nosso mundo, nossas famílias, nosso eu pessoal, têm necessidade de
paz. Nossa missão é urgente e apaixonante. Os apóstolos deveriam saber superar
a experiência de rejeição. Com um gesto simbólico – sacudir a poeira das
sandálias –, deixariam claro que a cidade seria entregue à condenação divina,
por ter sido incapaz de acolher o anúncio do Reino, a sorte dessa cidade
fechada à hospitalidade ao Messias seria pior que a de Sodoma. – Senhor
Jesus, afasta para longe de mim todo medo das dificuldades na missão e assim
confirma minha missão de servidor do Reino” (Sônia de
Fátima Marani Lunardelli – Meditações para o dia a dia [2015]
– Vozes).
Santo do Dia:
Santa Teresa do
Menino Jesus e da Sagrada Face, virgem. Teresa Martin nasceu em
Alençon, na França, em 1873 e morreu em 1897; deu à sua breve existência o
cunho inigualável do sorriso, expressão daquela alegria ultraterrena, que
segundo as suas palavras ‘não está nos objetos que nos circundam, mas reside no
íntimo mais profundo da alma’. Inclinada por temperamento à calma e à tristeza,
Teresa, com lindos cabelos loiros, olhos azuis, traços delicados, alta,
extraordinariamente bonita, quando escrevia no seu diário: ‘Oh! Sim, tudo me
sorrirá aqui na terra’, era uma época em que estava experimentando injustiças e
incompreensões. Já atingida pela tuberculose pulmonar, debilitada nas forças,
não rejeitava trabalho algum e continuava ‘a jogar para Jesus flores de
pequenos sacrifícios’. Deixou o relato de suas experiências interiores no que
viria ser publicado sob o título Histórias de uma Alma. Ela deu ao seu
itinerário espiritual o título de Infância espiritual, numa
tentativa humilde de fazer-se pequena como uma criança, e oferecer-se como um
brinquedo nas mãos do Menino Jesus. Mesmo vivendo essa particular
espiritualidade nos nove anos que passou no Carmelo de Lisieux, não esteve
alienada do mundo ao seu redor. Esteve tão imersa na realidade da vida eclesial
a ponto de ser declarada em 1927, dois anos depois de ser elevada às honras dos
altares, padroeira principal das missões, e ser invocada dede 1944 como
padroeira secundária da França, ao lado da guerreira Joana
D’Arc.
Pe. João Bosco Vieira Leite