(Jn 3,1-10; Sl 129[130]; Lc 10,38-42)
27ª Semana do Tempo Comum.
“O Senhor, porém, lhe
respondeu: ‘Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas.
Porém, uma só coisa é
necessária’” Lc 10,41-24a.
“Lucas, com esta sua
narrativa que lhe é exclusiva, ilustra duas atitudes de acolhimento de Jesus,
que se complementam. Ele, que gostava das pessoas, deixa-se querer, porque as
duas coisas são importantes. Rejeitar as amostras de afeto, de Deus e dos
outros, seria um grave erro, de consequências nefastas para a santidade. Marta
ou Maria? Mas..., por que enfrentar a quem tanto se gosta, e que gosta tanto de
Deus? Jesus amava a Marta e a Maria e ao seu irmão Lázaro, e nos ama a cada um
de nós. No caminho da santidade não há duas almas iguais. Todos procuram amar a
Deus, mas com estilo e personalidade próprios, sem imitar a ninguém. Nosso
modelo está em Cristo. Incomoda-te a maneira dos outros tratar a Deus? Tente
aprender da sua piedade pessoal. Servir aos outros, por amor de Deus, é uma
honra, não uma carga. Servimos com alegria? Marta dedicava-se aos cuidados de preparação
da refeição, certamente com preocupações supérfluas, em vista da dignidade do
hóspede. Jesus intervém quando Marta quer coagir Maria a ajuda-la nesta tarefa.
Nesta atitude, vê-se que ela julgava mais importante o supérfluo da refeição,
indo além da simplicidade, do que a escuta da Palavra e o diálogo com Jesus.
Ele, então, mostra a Marta que o fundamental é a escuta da Palavra. Não
percamos a paz, nem o bom humor. E, para isso, cuidemos da presença de Deus. A
narrativa trata de ajudar-nos a compreender que toda atividade só tem sentido
quando orientada para o cumprimento da vontade de Deus, revelada por sua
Palavra, que deve ser escutada e posta em prática. – Pai, que o meu
agir não seja movido por um ativismo insensível à Palavra de Jesus. Antes, seja
toda a minha ação decorrência da escuta atenta desta Palavra” (Sônia de Fátima
Marani Lunardelli – Meditações para o dia a dia –
Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite