(Rm 1,1-7; Sl 97[98]; Lc 11,29-32)
28ª Semana do Tempo Comum.
“Com efeito, assim
como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do homem
para esta geração” Lc 11,30.
“A verdade é que
Jesus é o Filho. A força desta palavra é de não ter sentido senão em relação ao
Pai, e de não se poder dizer senão de um só personagem. O Filho não pode ser
senão sozinho; ele não pode ser o Filho senão em face do Pai. Mas esta força é
simultaneamente enorme exigência. Para que esta palavra não permaneça uma
palavra vã, é necessário que o seu conteúdo seja vivido e que Jesus apareça
realmente como o Filho que diz ser. Desde que ele se apresenta, desde que ele
fala do Reino de Deus, desde que ele traz para os pobres a misericórdia do Pai
e para os pecadores, o seu perdão, Jesus fala e vive como Filho. Para os
Evangelistas, isto devia ser sensível aos olhos que sabiam ver, pois que
mostram Pedro, em Cesaréia, confessando o Cristo oferecido a Deus. Todavia,
para eles, o momento decisivo desta revelação é a Paixão. Sem dúvida a Paixão
foi para eles uma terrível crise, e foi preciso a Ressurreição para consolidar
definitivamente sua fé. Mas se a Ressurreição é o fato que fundamenta a fé,
fazendo Jesus aparecer no seu poder, é a Paixão que permite dizer que é este
Jesus que ressuscita. Pois Jesus ressuscitado nada diz de novo sobre aquilo que
ele é. Remete os seus discípulos ao que lhes dizia antes da morte, e os lança
no mundo. Se a ressurreição prova qualquer coisa, confirma a verdade daquilo
que havia dito até então, sem chegar a ser entendido; ela desvenda o sentido do
que ele fizera, sem poder ainda o explicar... A revelação de Jesus Cristo não
tomou sua forma antes da Ressurreição, mas foi integralmente expressa em
palavras e gestos no momento em que Jesus deu seu último suspiro. Jesus
ressuscitado não voltou senão para nos assegurar que ele é sempre o mesmo, que
todas as suas palavras são verdadeiras e que valem para todos os povos de todos
os tempos” (Jacques Guillet – Jésus devant sa vie et sa mort – Aubier).
Pe. João Bosco
Viera Leite