(Ex 17,8-13; Sl 120[121]; 2Tm 3,14—4,2; Lc 18,1-8).
1. Antecipando-nos ao tema da oração
perseverante em nosso evangelho, a liturgia da Palavra nos propõe esse evento
ocorrido na travessia do deserto entre o Egito e o monte Sinai. A intenção
desse episódio é reforçar a vitória de Deus em favor do ser humano que a Ele se
confia, sabendo esperar.
2. O salmo que se segue deixa claro
para nós que ‘o nosso auxílio está no nome do Senhor, do Senhor que fez o céu e
fez a terra’.
3. Continuamos a leitura desse escrito
que é considerado o último de Paulo. Em seu testamento espiritual dirige-se a
Timóteo exortando-o, novamente, a manter-se firme e perseverante na Palavra.
Esta será o seu ponto seguro em meio às contínuas flutuações culturais e
sociais.
4. Sua solidez depende da sua relação
com a Palavra, sendo ouvinte atento e fiel e comprometendo-se em guardar e
viver a Palavra. Assim Paulo está delineando a figura do Pastor e do homem de
Deus que deve tornar-se pela pregação insistente e pela força que encontrará
nela para os tempos difíceis.
5. Na formação dos seus discípulos
durante o caminho, Jesus retoma o tema da oração. Para isso oferece uma
parábola sobre uma mulher em sua fraqueza e abandono. Mas estranhamente a
figura de Deus é aqui retratada como um juiz desonesto.
6. Mais estranho ainda é pensar que
Jesus esteja induzindo o discípulo a forçar a vontade de Deus em seu favor. Na
realidade Jesus quer deixar claro que Deus não é assim e não é preciso
obriga-lo a fazer o bem ou o que nós queremos.
7. Jesus faz uma comparação: se um juiz
desonesto cede, com muito maior razão Deus, que é bom, misericordioso e justo.
Ele acolhe a oração de seus filhos. A questão aqui no texto está em volta não
tanto da pessoa, mas o que se pede.
8. Na realidade o centro de interesse aqui
é a ‘justiça’ que se pede. É esse tema da justiça, muito caro à Paulo (que
estamos lendo durante a semana), que Lucas ‘bebeu’ do apóstolo.
9. “Pedir ao Senhor que nos
‘faça justiça’ significa desejar com todas as forças tornar-nos justos, obter
uma boa relação com Ele, crescer na amizade com o Senhor. Significa aspirar com
força e vencer o nosso adversário, isto é, o mal e aquela inclinação para o mal
conatural ao nosso caráter” (Giuseppe Casarin – Lecionário
Comentado – Paulus).
10. Essa escuta certa e pronta de Deus
depende dessa sintonia entre a minha vontade e a vontade de Deus. Assim,
insistimos e pedimos para aprender a perdoar, a sermos humildes, generosos,
pacientes...
11. Assim como Israel no deserto, a
nossa vida também é marcada por esse combate através da oração constante e
convicta de que só Deus pode nos ajudar na lutas que travamos, por vezes,
conosco mesmos. Resta-nos perguntarmos: tenho fé suficiente e confiante para
desejar aquilo que esteja em conformidade com a vontade divina?
Pe. João Bosco Vieira
Leite