(Rm 7,18-25; Sl 118[119]; Lc 12,54-59)
29ª Semana do Tempo Comum.
“Estou ciente que o
bem não habita em mim, isto é, na minha carne. Pois eu tenho a capacidade de
querer o bem, mas não de realiza-lo” Rm 7,18.
“Sem a graça nada
somos e nada podemos. Sempre pesará sobre nós a fraqueza. Os limites, os
vazios, os fracassos acompanhar-nos-ão como a sombra é companheira inseparável
de nosso corpo. Por causa e apesar de nossos limites físicos, mentais,
religiosos, culturais, sociais, educacionais não vamos perder o rumo da
história. Quem mais infiel que o povo hebreu que recebera com grandes medidas
os dons de Javé? Mas Javé não perdeu a esperança nele. Da mesma forma
sentimo-nos todos nós. Somos fracos. Mas é das fraquezas que fazemos brotar a
esperança. É dos fundos da terra, no silêncio, no retiro do chão que as
sementes começam a ser, a abrir e germinar. Precisamos do silêncio, da contemplação,
da oração, da conversão para crescermos dentro e fora de nós, para enxergarmos
o bem a fazer. Sabemos que os instintos são fortes. Eles são nossos amigos
quando nos impulsionam para Deus, despertando em nós a comunhão com Ele e a
caridade com os irmãos. Temos muito peso para carregar. Nem sempre o que
fazemos corresponde ao que planejamos. Os defeitos aparecem mais vivos do que
as virtudes. Somos assim: fracos, mas capazes de avaliações, purificação,
conversão de nossa mente e vontade. A saída do túnel está na comunhão e na fé
em Cristo e no amor mútuo, na ajuda fraterna. Juntos, com Jesus e com a Igreja,
superaremos a escuridão de nosso limites e fraquezas. – Senhor, dai-nos
a graça de realizar o vosso desejo em nós. Que não nos escondamos atrás da fraqueza,
mas nos lancemos em vossas mãos. Com vossa força queremos fazer sempre o bem,
sobretudo em favor dos nossos irmãos mais sofredores. Acompanhai-nos como a
sombra do nosso corpo. Amém” (Luiz Demétrio Valentini e Zeldite
Burin – Graças a Deus [1995] – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite