Sexta, 25 de outubro de 2019

(Rm 7,18-25; Sl 118[119]; Lc 12,54-59) 
29ª Semana do Tempo Comum.

“Estou ciente que o bem não habita em mim, isto é, na minha carne. Pois eu tenho a capacidade de querer o bem, mas não de realiza-lo” Rm 7,18.

“Sem a graça nada somos e nada podemos. Sempre pesará sobre nós a fraqueza. Os limites, os vazios, os fracassos acompanhar-nos-ão como a sombra é companheira inseparável de nosso corpo. Por causa e apesar de nossos limites físicos, mentais, religiosos, culturais, sociais, educacionais não vamos perder o rumo da história. Quem mais infiel que o povo hebreu que recebera com grandes medidas os dons de Javé? Mas Javé não perdeu a esperança nele. Da mesma forma sentimo-nos todos nós. Somos fracos. Mas é das fraquezas que fazemos brotar a esperança. É dos fundos da terra, no silêncio, no retiro do chão que as sementes começam a ser, a abrir e germinar. Precisamos do silêncio, da contemplação, da oração, da conversão para crescermos dentro e fora de nós, para enxergarmos o bem a fazer. Sabemos que os instintos são fortes. Eles são nossos amigos quando nos impulsionam para Deus, despertando em nós a comunhão com Ele e a caridade com os irmãos. Temos muito peso para carregar. Nem sempre o que fazemos corresponde ao que planejamos. Os defeitos aparecem mais vivos do que as virtudes. Somos assim: fracos, mas capazes de avaliações, purificação, conversão de nossa mente e vontade. A saída do túnel está na comunhão e na fé em Cristo e no amor mútuo, na ajuda fraterna. Juntos, com Jesus e com a Igreja, superaremos a escuridão de nosso limites e fraquezas. – Senhor, dai-nos a graça de realizar o vosso desejo em nós. Que não nos escondamos atrás da fraqueza, mas nos lancemos em vossas mãos. Com vossa força queremos fazer sempre o bem, sobretudo em favor dos nossos irmãos mais sofredores. Acompanhai-nos como a sombra do nosso corpo. Amém (Luiz Demétrio Valentini e Zeldite Burin – Graças a Deus [1995] – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite