(Ne 8,1-12; Sl 18[19]; Lc 10,1-12)
26ª Semana do Tempo Comum.
“O Senhor escolheu
outros setenta e dois discípulos e os enviou dois a dois, na sua frente,
a toda cidade e lugar
onde ele próprio devia ir” Lc 10,1.
“Sou perseguido pela
ideia de que ninguém deve chegar a ser famoso por ser cristão. É Cristo quem
deve ser famoso. Ele é a grande realidade. Gostaria que você conhecesse meu
Cristo. Gostaria que você conhecesse e amasse a meu Jesus, não a mim. Pelo
menos é assim que deveria ser. Digo ‘meu Jesus’ porque ele é o Jesus que eu
conheço. É o Jesus que é meu melhor amigo e companheiro constante. Todo o meu
dia e toda a minha vida são uma conversa incessante com esse Jesus. Se os
outros pudessem ler meus pensamentos, ficariam atônitos. ‘Ele conversa o dia
inteiro com alguém que não está realmente aqui’. Ao que eu responderia: ‘ele
está aqui apenas para olhos, e ouvidos, coração e inteligência da fé. Ele disse
que estaria sempre com aqueles que acreditassem nele e o amassem. E eu
realmente acredito nele e realmente o amo’. Você acreditaria se eu lhe dissesse
que Jesus e eu temos até ‘apelidos’ com que tratamos um ao outro? Nomes
especiais para amigos especiais. É esse Jesus que eu gostaria de compartilhar
com você. Foi isso que os primeiros cristãos sentiram: ‘Queremos que conheçam o
nosso Jesus’. Por isso escreveram a história de sua vida, os Evangelhos, porque
queriam que conhecêssemos seu Jesus. São João começa sua primeira epístola:
‘Quero lhes contar o que os meus olhos viram, o que os meus ouvidos escutaram,
o que as minhas mãos tocaram. Quero que conheçam meu Jesus’. Os próprios
Evangelhos pretendiam ser um retrato fiel de Jesus. São retratos nascidos da
fé. A única forma de conhecer Jesus é acreditar nele. Só podemos conhece-lo na
medida que acreditamos. É claro que os Evangelhos não são história objetiva. Os
evangelistas não poderiam escrever uma história objetiva de alguém que amaram
tanto. Ninguém tem condições de escrever a história da própria mãe. Jesus era
sua vida e sua esperança. Queriam compartilhar a pessoa dele, não a sua própria,
com o mundo todo. Sabe, ninguém deve ser famoso, não como cristão” (John Powell,
SJ – As Estações do Coração – Loyola).
Pe. João Bosco Vieira Leite