Quinta, 03 de outubro de 2019


(Ne 8,1-12; Sl 18[19]; Lc 10,1-12) 
26ª Semana do Tempo Comum.

“O Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos e os enviou dois a dois, na sua frente,
a toda cidade e lugar onde ele próprio devia ir” Lc 10,1.

“Sou perseguido pela ideia de que ninguém deve chegar a ser famoso por ser cristão. É Cristo quem deve ser famoso. Ele é a grande realidade. Gostaria que você conhecesse meu Cristo. Gostaria que você conhecesse e amasse a meu Jesus, não a mim. Pelo menos é assim que deveria ser. Digo ‘meu Jesus’ porque ele é o Jesus que eu conheço. É o Jesus que é meu melhor amigo e companheiro constante. Todo o meu dia e toda a minha vida são uma conversa incessante com esse Jesus. Se os outros pudessem ler meus pensamentos, ficariam atônitos. ‘Ele conversa o dia inteiro com alguém que não está realmente aqui’. Ao que eu responderia: ‘ele está aqui apenas para olhos, e ouvidos, coração e inteligência da fé. Ele disse que estaria sempre com aqueles que acreditassem nele e o amassem. E eu realmente acredito nele e realmente o amo’. Você acreditaria se eu lhe dissesse que Jesus e eu temos até ‘apelidos’ com que tratamos um ao outro? Nomes especiais para amigos especiais. É esse Jesus que eu gostaria de compartilhar com você. Foi isso que os primeiros cristãos sentiram: ‘Queremos que conheçam o nosso Jesus’. Por isso escreveram a história de sua vida, os Evangelhos, porque queriam que conhecêssemos seu Jesus. São João começa sua primeira epístola: ‘Quero lhes contar o que os meus olhos viram, o que os meus ouvidos escutaram, o que as minhas mãos tocaram. Quero que conheçam meu Jesus’. Os próprios Evangelhos pretendiam ser um retrato fiel de Jesus. São retratos nascidos da fé. A única forma de conhecer Jesus é acreditar nele. Só podemos conhece-lo na medida que acreditamos. É claro que os Evangelhos não são história objetiva. Os evangelistas não poderiam escrever uma história objetiva de alguém que amaram tanto. Ninguém tem condições de escrever a história da própria mãe. Jesus era sua vida e sua esperança. Queriam compartilhar a pessoa dele, não a sua própria, com o mundo todo. Sabe, ninguém deve ser famoso, não como cristão” (John Powell, SJ – As Estações do Coração – Loyola).

 Pe. João Bosco Vieira Leite