Quarta, 16 de outubro de 2019


(Rm 2,1-11; Sl 61[62]; Lc 11,42-46) 
28ª Semana do Tempo Comum.

“... pois Deus não faz distinção de pessoas” Rm 2,11.

“Hoje, Paulo analisa o sistema de vida dos judeus. O apóstolo dirige-se àqueles que farisaicamente se julgam justos, e pensam não precisar da misericórdia de Deus. Andam iludidos, e essa ilusão vem-lhes do hábito de julgar os outros. Também o judeu não é melhor que o pagão. Ele é mais severo ainda, e mostra que o judeu não tem força moral para julgar o pagão. Também ele se caracteriza pelo ‘coração endurecido’; também ele praticou o mal e é merecedor da ira e do justo juízo de Deus. Não pode, portanto, bancar a pose de juiz e censor dos pagãos. Como eles, necessita da misericórdia, da fé e da graça. A palavra de Deus é sempre viva e eficaz. Mas há momentos em que ela parece encarniçar-se para por diante dos olhos o nosso pecado. As palavras de Paulo são duras: ninguém tem o direito de se gloriar diante de Deus. É realmente uma ilusão comum julgar-se justo, ou por causa do permissivismo que tudo invade, ou porque julgamos os outros. O ‘todos fazem assim’ não é um critério de moralidade para quem quiser seguir a Cristo. O fazer-se juiz dos outros também não nos livra de sermos julgados. Quando vemos alguém errar, facilmente pensamos que, no seu lugar, faríamos melhor. Na verdade, uma coisa é julgar e outra é fazer. Provavelmente, no lugar do irmão que julgamos, faríamos pior. É o que infelizmente acontece, tantas vezes, no campo moral, espiritual. Quem julga, ainda que em algumas coisas tenha razão, erra gravemente pelo simples fato de julgar, porque, como diz Jesus, descuida o mais importante, que é a justiça e o amor. Quem julga os outros, separa-se deles, pondo-se numa situação de egoísmo e de orgulho. Judeus e gregos, cristãos e pagãos, pecadores e justos, devem acolher a graça de Deus, gratuitamente oferecida a todos. – Senhor Jesus, ensina-me a refletir bem sobre a misericórdia do Pai, para que me coloque com humildade e verdade diante dos irmãos, evitando julgamentos desmedidos (Sônia de Fátima Marani Lunardelli – Meditações para o dia a dia[2015] – Vozes).  

Pe. João Bosco Vieira Leite