(At 15,1-2.22-29; Sl 66 [67]; Ap 21,10-14.22-23; Jo 14,23-29)
1. As primeiras comunidades cristãs
atravessaram várias situações e tiveram seus problemas, como as do tempo atual;
apesar de tudo, essas situações trouxeram a maturidade e a comunhão necessária.
Tudo depende do modo como abordamos os problemas que surgem e o discernimento
entre o que é essencial e o que é secundário.
2. Os textos nos encaminham para uma
compreensão cada vez maior da ação do Espírito Santo em Sua Igreja. É Ele que
inspira a necessidade de integrar-se nos costumes e tradições dos povos, ainda
que esses sejam discutíveis. O Espírito provoca a Igreja a caminhar para evitar
a estagnação e o entrincheiramento.
3. O autor do Apocalipse já nos havia
situado no contexto dessa realidade nova da comunhão com Deus a partir da
imagem de uma cidade. Hoje a descrição da mesma é mais detalhada. Não será mais
necessária mediação (Templo); nela experimentaremos comunhão e proteção
(muralha), abertura e acolhimento universal (portas).
4. “A Igreja, que caminha no tempo,
está ainda longe de se identificar com a bela imagem do Apocalipse, apesar
disso, é nessa imagem que ela se inspira na sua história contínua de conversão”
(Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado – Paulus).
5. Ainda no contexto da última Ceia,
Jesus recorda que a comunhão com Ele e com o Pai já é vivenciada desde aqui,
nessa observância que fazemos da Palavra. É preciso guardar de modo atento e
reflexivo no coração, antes mesmo de colocá-la em prática.
6. É o Espírito Santo quem fecunda essa
Palavra em nós. Experimentaremos a paz que nasce dessa comunhão, mesmo em meio
aos conflitos, como vivenciou a Igreja primitiva, vendo em todos os
acontecimentos um processo de passagem que nos levará ao encontro final com o
próprio Deus.
7. Assim somos desafiados a um olhar
sereno e em paz para o futuro da Igreja e do cristianismo, confiando que o
Espírito manterá sempre vivo o essencial: a Palavra, que uma vez meditada e
rezada virá à prática pelo mesmo movimento do Espírito Santo. Desde já peçamos
e vinda do Espírito!
Pe. João Bosco Vieira Leite