Segunda, 27 de maio de 2019


(At 16,11-15; Sl 149; Jo 15,26—16,4) 
6ª Semana da Páscoa.

“Expulsar-vos-ão das sinagogas, e virá a hora em que aquele que vos matar
julgará estar prestando culto a Deus” Jo 16,2.

“O cristianismo é uma realidade paradoxal. Nasceu de uma torrente de generosidade inaugurada por Jesus Cristo. Mas na história esse patrimônio pode entrar no circuito dos interesses humanos de poder. Pode transformar-se num sistema de verdades, de seguranças, de normas e tradições em nome das quais se praticam exclusões e se fazem guerras. Os principais conflitos nos últimos séculos foram religiosos produzindo milhares de mortes, torturas e humilhações de todo gênero. As instituições religiosas cristãs convivem mal com místicos e profetas. Por isso todos os santos e santas fundadores de ordens e congregações ou de outras inciativas inovadoras dentro das Igrejas conheceram a incompreensão, a perseguição, o cárcere e alguns até a morte pela inquisição. Santa Joana d’Arc foi queimada na fogueira. S. João da Cruz, o místico ardente, ficou longo tempo encarcerado. Teilhard de Chardin, um dos maiores pensadores e místicos cristãos da atualidade, ficou exilado e recluso por muitos anos na China. Os que os condenaram o fizeram na maior das boas intenções, pensando servir a Deus. Cristo nos advertiu para semelhantes equívocos. Ele mesmo foi vítima desta lógica de exclusão. Mas suportou-a com liberdade interior, vivendo sem rancor e oferecendo o perdão. – Senhor, dá-nos lucidez para não usarmos o Teu nome ou o Teu evangelho para excluirmos pessoas ou para deixarmos de amá-las. E se formos vítimas de incompreensão por nossas atitudes, concede-nos o dom da resistência e do perdão. Amém (Leonado Boff – Graças a Deus [1995] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite