(At 5,27-33; Sl 33[34]; Jo 3,31-36)
2ª Semana da Páscoa.
“Aquele que acredita
no Filho possui a vida eterna. Aquele, porém, que rejeita o Filho não verá a
vida, pois a ira de Deus permanece sobre ele” Jo 3,36.
“O povo costuma
repetir o chavão que é preciso ver para crer. Razão de fé aquilo que estala aos
olhos. Quem recusa a crer não verá, é a ideia que vem do texto proposto para a
nossa reflexão. Ver o quê? Ver a vida! Você lembra da canção de Renato Teixeira
‘Romaria’? Tem um verso ali que diz: ‘como não sei rezar eu só queria mostrar
meu olhar, meu olhar...’ Existe algo visível na fé e o que ela consegue ver. Se
vou ao santuário vejo o romeiro cheio de devoção e compenetração, observo o
modo recolhido dele, é a fé na sua exterioridade; contudo o seu interior não
posso ver... mas transparece. Eu sinto que ele acredita na presença do Senhor
ali no templo, eu sinto que ele tem motivos eterno, razão de sua presença. Crer
é ter vida e ter um olhar esperançoso para a vida; crer é colocar um sentido
último para esta vida: ‘Quem crê no Filho do homem tem a vida eterna’. Ter a
verdadeira vida é abraçar o Eterno, é optar pelo transcendente, é dar um lugar
para Deus na história pessoal e coletiva. O que é não ter fé? O texto desafia
dizendo: ‘Quem recusa a crer não verá a vida, mas pesa sobre ele a cólera de
Deus’. Não crer em nada é não ter brilho. É viver uma vida insossa, com aquele
gosto de vazio e de desesperança. Em vez de ter o ânimo do Senhor tem a sua
cólera, isto é, o juízo do Senhor. O Senhor é o Deus da vida e vai nos julgar
pelo modo como vivemos esta vida. – Senhor, que eu creia, para que a
minha vida tenha motivações profundas. Amém” (Vitório
Mazzuco Filho – Graças a Deus (1995) – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite