Quinta, 02 de maio de 2019


(At 5,27-33; Sl 33[34]; Jo 3,31-36) 
2ª Semana da Páscoa.

“Aquele que acredita no Filho possui a vida eterna. Aquele, porém, que rejeita o Filho não verá a vida, pois a ira de Deus permanece sobre ele” Jo 3,36.

“O povo costuma repetir o chavão que é preciso ver para crer. Razão de fé aquilo que estala aos olhos. Quem recusa a crer não verá, é a ideia que vem do texto proposto para a nossa reflexão. Ver o quê? Ver a vida! Você lembra da canção de Renato Teixeira ‘Romaria’? Tem um verso ali que diz: ‘como não sei rezar eu só queria mostrar meu olhar, meu olhar...’ Existe algo visível na fé e o que ela consegue ver. Se vou ao santuário vejo o romeiro cheio de devoção e compenetração, observo o modo recolhido dele, é a fé na sua exterioridade; contudo o seu interior não posso ver... mas transparece. Eu sinto que ele acredita na presença do Senhor ali no templo, eu sinto que ele tem motivos eterno, razão de sua presença. Crer é ter vida e ter um olhar esperançoso para a vida; crer é colocar um sentido último para esta vida: ‘Quem crê no Filho do homem tem a vida eterna’. Ter a verdadeira vida é abraçar o Eterno, é optar pelo transcendente, é dar um lugar para Deus na história pessoal e coletiva. O que é não ter fé? O texto desafia dizendo: ‘Quem recusa a crer não verá a vida, mas pesa sobre ele a cólera de Deus’. Não crer em nada é não ter brilho. É viver uma vida insossa, com aquele gosto de vazio e de desesperança. Em vez de ter o ânimo do Senhor tem a sua cólera, isto é, o juízo do Senhor. O Senhor é o Deus da vida e vai nos julgar pelo modo como vivemos esta vida. – Senhor, que eu creia, para que a minha vida tenha motivações profundas. Amém (Vitório Mazzuco Filho – Graças a Deus (1995) – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite