(At 6,1-7; Sl 32[33]; Jo 6,16-21)
2ª Semana da Páscoa.
“Entretanto, a
Palavra do Senhor se espalhava. O número dos discípulos crescia muito em
Jerusalém, e grande multidão de sacerdotes judeus aceitava a fé” At
6,7.
“Não é simples
pessimismo, mas toda e qualquer semelhança com o nosso tempo é mera ilusão. O
texto propõe três situações: Palavra de Deus, discípulos e sacerdotes. A
começar pela Palavra de Deus na sua fiel manifestação, as mensagens que se ouve
nas igrejas, via de regra, não passam de opiniões pessoais ou de interesses de
instituições, lavagem cerebral, fundamentalismo, legalismo, tradições, regulamentos,
o que torna o espalhar da Palavra um círculo vicioso de palavras humanas,
enganado os ouvintes como se fosse realmente Palavra de Deus. Lucas não
desconsiderou esse perigo, porque é dele a constatação de que cristãos
conferiam em casa se a palavra ouvida no Templo era de fato como estava
escrito. O próprio Apóstolo Paulo registra discussão com outros apóstolos sobre
a palavra, e a divisão entre eles aconteceu justamente pela preocupação com o
evangelho puro. O aumento do número dos discípulos é confirmado, em Atos, pelo
expressivo crescimento da Igreja, por força do testemunho de todos os cristãos,
discípulos na acepção da palavra. A Igreja realmente cumpre sua missão quando
todos os cristãos cumprem sua vocação e prática de boas obras, impactando os
homens e as mulheres com o evangelho para chama-los à fé. Sacerdotes abraçando
a fé, que mais parece um lapso de Lucas, vem tratar de um assunto importante.
Eles, assim como qualquer outro cristão, necessitam da fé para a salvação, por
isso não pode se fazer de outra palavra. Enfim, nosso texto apresenta preciosa
revelação: começa com a Palavra de Deus e termina com fé para que fique bem
claro que tudo na Igreja tem sua origem na Palavra e sua missão na fé. – Ó
Deus, só tua Palavra tem a vida eterna. Amém” (Augusto Jacob Grun
– Meditações para o dia a dia [2015] – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite